Terminada
a apuração do 2º turno das eleições municipais neste domingo
(28.out.2012), o PMDB é o partido que mais elegeu prefeitos em 2012. De
acordo com os resultados do 1º turno e do 2º turno divulgados pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), peemedebistas conquistaram 1.024 das
5.568 prefeituras em disputa (18,4% do total). Em seguida aparecem PSDB
(702, 12,6% do total), PT (635, 11,4%), PSD (497, 8,9%), PP (469, 8,42%)
e PSB (442, 7,9%).
Apesar deste
resultado, o partido que mais recebeu votos para prefeito no país foi o
PT. A comparação entre as votações dos partidos no 1º turno mostra que
petistas tiveram 17.263.259 votos, contra 16.716.079 do PMDB e
13.950.804 do PSDB. No 2º turno, petistas tiveram mais 4.616.878 votos.
Os peemedebistas, 814.048. E tucanos, 1.982.441.
Esta é a
segunda vez que o PT aparece como líder de votos recebidos para
prefeitos no país. A primeira vez havia sido em 2004. Em 1996 (primeiro
ano para o qual há dados confiáveis sobre votação) e em 2000, o campeão
foi o PSDB. Em 2008, o PMDB.
Os dados ainda
são preliminares porque serão modificados ao longo dos próximos meses.
Alguns candidatos conseguirão na Justiça o direito de assumirem os
mandatos de prefeito e seus adversários terão que deixar os cargos.
Urnas também serão invalidadas e os votos que contêm, cancelados. Por
esses motivos, o número de votos e a quantidade de prefeitos por partido
poderá oscilar durante algum tempo.
O quadro abaixo
compara os resultados dos partidos nas eleições para prefeito desde
1996. Mais abaixo, análise sobre esses dados. Clique na imagem para
ampliá-la.
Tendências
Quando comparados com resultados das eleições anteriores, os deste ano mostram que:
Quando comparados com resultados das eleições anteriores, os deste ano mostram que:
1) PT:
a legenda é a grande vencedora da eleição por causa da vitória obtida
em São Paulo. O partido elegeu 635 prefeitos (77 a mais que os 558 de
2008) e foi o campeão de votos no país. Não se confirmou a hipótese de o
PT ser empurrado para os grotões do país, pois a legenda foi a que mais
elegeu prefeitos no grupo das 85 maiores cidades brasileiras (16 contra
15 do PSDB, 11 do PSB e 10 do PMDB).
Outro registro
importante: desde a sua fundação, o PT é único partido brasileiro que a
cada eleição para prefeitos e vereadores sempre elege mais do que no
pleito anterior;
2) PMDB:
embora saia da eleição ainda como a maior legenda em número de
prefeitos e de vereadores, há sinais alarmantes para o partido. De novo,
o PMDB viu seu número final de eleitos ser menor do que na eleição
passada (desta vez foram 1.024 eleitos contra 1.201 de 2008, 177 a
menos, de acordo com os resultados preliminares da eleição).
As grandes
estrelas do PMDB não são propriamente do establishment partidário: o
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital
fluminense, Eduardo Paes. Tanto Cabral como Paes são vistos com
ressalvas pela cúpula peemedebista.
O único ponto
positivo para o PMDB talvez seja o desempenho de Gabriel Chalita na
disputa pela eleição de prefeito de São Paulo. Embora tenha ficado
apenas em 4º lugar, ele teve mais de um milhão de votos, unificou um
pouco a agremiação em São Paulo e deu uma possível cara nova para o
PMDB;
3) PSDB:
principal legenda de oposição no Brasil, perdeu novamente prefeitos no
cômputo geral. A maior derrota foi em São Paulo, cidade na qual José
Serra teve menos votos no 1º turno de 2012 do que no de 2010, quando
disputava a Presidência da República. O partido tucano está em crise.
Mesmo o nome
mais cotado do PSDB para ser candidato a presidente em 2014, Aécio
Neves, não se saiu muito bem em seu próprio Estado, Minas Gerais. Aécio
conseguiu neste ano eleger menos prefeitos do PSDB do que em 2008 nas
principais cidades mineiras.
O ponto
positivo para o PSDB foi a aproximação estratégica com o PSB, partido
que pode fazer a diferença em 2014 nas alianças para disputas estaduais e
para o Planalto;
4) DEM:
o partido só definha. Perdeu uma enormidade de prefeitos neste ano em
comparação com os eleitos de 2008: 218 cidades a menos, segundo os
resultados preliminares de 2012. Quando se trata de número de votos para
prefeito, a queda foi de 4,7 milhões de votos quando comparados os
primeiros turnos de 2008 e o deste ano.
O único alento
para o DEM foi a eleição de ACM Neto em Salvador. Ao vencer o candidato
do PT, Nelson Pelegrino, a legenda ganha a terceira maior cidade do
Brasil em número de eleitores. É um oxigênio para o DEM tentar sair da
crise em que se encontra;
5) PSB:
ao lado do PT, foi a única sigla de relevância que ganhou em número de
prefeitos e de votos totais recebidos no país: 132 prefeitos a mais e
2,9 milhões de votos a mais, de acordo com o resultado preliminar da
eleição. No G85, o PSB tem atualmente 5 prefeitos e terá 11 a partir de
2013.
Mas muitas
vitórias não são propriamente de Eduardo Campos, governador de
Pernambuco e presidente nacional do PSB. O partido fez alianças
estratégicas pelo país e é muito fragmentado. Ainda não conseguiu ter
uma militância real no Sul e no Sudeste –esse será o maior desafio de
Campos se desejar, de fato, alçar voos mais altos em eleições futuras;
6) O PSD: criado
em 2011 por Gilberto Kassab, teve votação em 2012 comparável a obtida
por partidos grandes nas últimas eleições. Neste ano, o número de votos
do PSD foi próximo ao do PDT e do PP e superior ao do DEM. Em número de
prefeitos, o partido ficou entre os 5 que mais elegeram (fez 497
prefeitos).
O quadro abaixo compara os resultados de 2008 com os de hoje, ainda preliminares:
fonte: pedrabrancanews.com
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