A ex-governadora Rosalba Ciarlini (DEM) afirmou na semana passada que poderá ser candidata a prefeita de Mossoró daqui a dois anos. O senador José Agripino, presidente nacional da sigla a qual Rosalba (ainda) está filiada, no entanto, lembra: a ex-governadora está inelegível por anos e não há muito o que possa ser feito a esse respeito. Para Agripino, inclusive, essa condição de Rosalba foi um dos motivos que fez o DEM vetar a candidatura dela a reeleição em 2014.
“Acho que Rosalba imagina-se elegível. Ou imaginava-se. E na época em que nós conversávamos sobre a sucessão, o deputado Getúlio Rêgo que está aqui é testemunha disso, esteve próximo dela o tempo todo. O que é que nós queríamos? Um: condição de elegibilidade, que ela não tinha e não tem, a não ser que os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, com quem eu conversei tantas vezes na época, tenham mudado de opinião. E dizem, houve perda de prazo e perda de prazo em justiça é fatal, então, primeiro ponto, elegibilidade, ela não tinha e não tem. Me era assegurado pelo TRE e eu precisava ter essa informação”, afirmou José Agripino, em entrevista concedida a jornalista Thaísa Galvão.
A condição de inelegibilidade de Rosalba Ciarlini por perda de prazo, vale lembrar, foi noticiada em primeira mão pel’O Jornal de Hoje ainda no início de 2014, quando a defesa da governadora não recorreu da condenação em primeira instância que ela sofreu por ter utilizado a máquina pública estadual para beneficiar a candidatura da ex-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina. Rosalba perdeu o prazo, ficou inelegível e perdeu o recurso que tentou no TRE, sendo até afastada do cargo de governadora – conseguiu, no Tribunal Superior Eleitoral, uma liminar para continuar no cargo, mas não uma que anulasse a decisão do TRE sobre a inelegibilidade.
Para a própria governadora, no entanto, seria “fácil” conseguir uma liminar no TSE também anulando a decisão sobre a inelegibilidade – mesmo isso nunca tendo ocorrido durante esse quase um ano de condenação da governadora. Aí que entra o segundo problema que Agripino apresentou para dizer porque vetou a candidatura de Rosalba: a inviabilidade política.
“Nós demos, dois anos antes dela deixar o governo, a Rosalba, e isso foi uma gestão pessoal minha, levar o apoio do PMDB, levar o apoio do PR, nós demos a ela o maior arco de alianças que um governador já teve, mesmo com o desgaste pelo qual ela passava naquela época. Ela teve um suporte político-partidário absolutamente fantástico. Oito meses depois não tinha mais ninguém, só tinha o Democratas”, acrescentou Agripino em entrevista à Thaisa Galvão. “Nem apareceu a condição de elegibilidade e nem aliança mínima. Então queria ser candidata do Democratas com o Democratas, sem aliança com ninguém para levar o partido a não eleger ninguém. Não dava, a minha obrigação, como presidente do diretório nacional do partido, é fazer o partido sobreviver no plano nacional e no plano estadual”, ressaltou.
ROBINSON
Seguindo a linha dos demais políticos locais que apoiaram Henrique Eduardo Alves (PMDB), na disputa estadual, o senador José Agripino também anunciou em entrevista que vai ficar a disposição do novo governador Robinson Faria (PSD). “Sempre tive uma postura, encerrada a disputa eleitoral, que o que interessa é o interesse do estado. Toda vida que o interesse do estado estiver em jogo, Robinson Faria vai contar comigo. Eu tenho uma experiência de relação com Robinson muito longa. Eu tenho relações pessoais e cordiais com ele, nós temos distanciamentos políticos recentes, mas nada que impeça que na hora em que o meu mandato for necessário para que se construa algo positivo para o estado, eu coloco o meu mandato à disposição do interesse do estado”, assegurou.
O Jornal de Hoje
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