terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Estudantes do RN vencem Olimpíada de Português

Dois estudantes do Rio Grande do Norte estão entre os vencedores da terceira edição da Olimpíada da Língua Portuguesa na área territorial Nordeste I, que inclui, além do RN, os estados do Maranhão, Piauí e Ceará. A lista dos vencedores foi divulgada ontem. Com "Natal: noiva do Sol, amante da prostituição", publicado na TRIBUNA DO NORTE de quinta-feira, Taiana Cardoso Novais foi uma das vencedoras na modalidade Artigo de Opinião. Taiana é aluna da 3ª série da Escola Estadual Professor José Fernandes Machado. No texto, a estudante cita pesquisas do Unicef, da UFRN e da Associação dos e das Profissionais do Sexo e Congêneres do Rio Grande do Norte para dar a dimensão do problema. Depois de apontar nomes dos setores que estimulam o "prostiturismo", Taiana lamenta a incapacidade para atacar o problema: "Infelizmente, frente a essas circunstâncias, está o descaso de parte da sociedade natalense e do poder público para com a problemática. Penso que esse desinteresse se dá devido à relação direta que a cidade do Natal tem com a indústria do turismo sexual. E, em razão do turismo ser a principal atividade econômica da capital, o raciocínio é simples: garotas de programa atraem visitantes que, por sua vez, injetam dinheiro na economia."

Outro vencedor - desta vez na categoria Poesia - foi o estudante Henrique Douglas de Oliveira, 12 anos, aluno do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Ariamiro Germano da Silveira - Vila Major Felipe/José da Penha, no Alto Oeste. Acompanhado da mãe, Henrique saiu da cidade onde mora com destino a Brasília. Na ida, ele já tinha motivo para comemorar: era um dos finalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa. Mas a volta, nesta quarta-feira, será ainda mais feliz. Além da medalha, ele leva um notebook, uma impressora e a convicção de que seus versos e rimas são de qualidade. Seu poema "Ô de casa?!" venceu numa concorrência acirrada. Do País todo, foram enviados 48 mil textos de 5.092 municípios sobre o tema "O Lugar Onde Vivo". "Fiquei feliz porque eu não sabia que estava tão bom", disse Henrique à Agência Estado. "Mas não foi de uma hora para a outra. Eu fiz, fui relendo e trocando as palavras por outras melhores, até ficar satisfeito."

Os textos concorreram em quatro categorias - poema, memória literária, crônica e artigo de opinião. Estudantes do 5º e 6º anos do fundamental concorreram com poemas, os do 7º e 8º, com memórias. As crônicas foram escritas pelos alunos do 9º do fundamental e do 1º do ensino médio, e os artigos pelos dos dois últimos anos do médio.

As escolas nas quais estudam os finalistas receberão laboratórios de informática, com dez microcomputadores e uma impressora, projetor e telão, além de livros para a biblioteca. A Olimpíada de Língua Portuguesa nasceu em 2002, com o nome Escrevendo o Futuro, um programa da Fundação Itaú Social. Em 2008 se tornou política de educação do governo federal e foi renomeado.

O modelo é bianual, com os anos pares dedicados para mobilização e premiação de professores, alunos e escolas, e os ímpares, para formação presencial e a distância de professores e educadores das secretarias de educação. A intenção é qualificar profissionais para que eles trabalhem cada vez melhor o estímulo à leitura e a produção de textos. "Neste ano, a qualidade dos textos evoluiu muito. Isso mostra que a proposta da Olimpíada - que não é um concurso, mas um programa que capacita professores -, produz resultados", diz o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias.

Tribuna do Norte

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