sábado, 5 de outubro de 2013

Devassa pode ser multada em R$ 6 milhões por propaganda abusiva

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução
A cervejaria japonesa Kirin, dona da marca Devassa, está sendo processada pelo Ministério da Justiça por um anúncio veiculado entre 2010 e 2011, considerado abusivo.

Na campanha publicitária da Devassa Tropical Dark, o anúncio traz uma ilustração de uma mulher negra, em pose sensual e com um vestido de gala com as costas abertas, junto à mensagem "É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra".

O anúncio foi considerado como "publicidade abusiva por equiparar a mulher negra a um objeto de consumo, por meio da comparação entre seu corpo e um produto", segundo informou o Ministério em comunicado.

Se perder o processo, a cervejaria japonesa pode ter que pagar multa de R$ 6 milhões.

PROPAGANDAS QUE CAUSARAM POLÊMICA
Uma série de anúncios da americana American Apparel foi proibida na Inglaterra em abril. As fotos da marca de roupas, que contêm mulheres seminuas, foram consideradas "pornográficas e abusivas" pelo órgão responsável por regular a publicidade na Inglaterra DIVULGAÇÃO

Em maio, o comercial "Festa de São João", da Nova Schin, foi acusado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) de que havia ridicularização de um homem travestido de mulher. O comercial foi retirado do ar REPRODUÇÃO

O Parque da Xuxa retirou do ar quatro filmes publicitários, em julho, após notificação do Procon-SP. Para o órgão, os filmes tinham "potencial de induzir o público infantil a atitudes que gerem risco a segurança e saúde" REPRODUÇÃO

O Procon-SP notificou a Cacau Show em agosto e pediu a retirada do ar da propaganda do produto Chocoarte, que era veiculada nos intervalos da novela Carrossel, do SBT. O produto não era encontrado mais nas lojas REPRODUÇÃO

Outro comercial polêmico foi um filme da Nova Schin em que mulheres são tocadas pelas costas por "pessoas invisíveis". Consumidores reclamaram que a propaganda incentivava a violência sexual. O Conar analisou o caso, que foi posteriormente arquivado REPRODUÇÃO/You Tube

Em setembro, a campanha "Dieta do Sexo", veiculada em redes sociais pela DKT, dona da marca de preservativos Prudence, foi suspensa pelo Conar. A empresa publicou um pedido de desculpas após receber queixas de que a peça incitaria a violência contra a mulher REPRODUÇÃO

Em julho, o Conar notificou a Nokia por causa da campanha "Perdi meu amor na balada", em que um jovem pedia ajuda para supostamente encontrar uma mulher que teria numa festa. Para o órgão, não ficava claro que se tratava de uma propaganda. O caso foi arquivado REPRODUÇÃO

Um anúncio de um rímel da Christian Dior foi proibido no Reino Unido por "induzir os consumidores ao erro" ao retocar digitalmente os cílios da atriz que estrela a campanha, a atriz Natalie Portman, e mostrar um resultado que não corresponde à realidade REPRODUÇÃO

Em fevereiro, a autoridade britânica de regulação da publicidade proibiu uma propaganda da companhia aérea irlandesa Ryanair. O anúncio mostrava aeromoças de lingerie e trazia a frase "Red Hot Fares & Crew" (algo como "Tarifas quentes e tripulação também") REPRODUÇÃO


A marca de vodka norte-americana Belvedere retirou do ar em março um anúncio que mostrava uma mulher assustada enquanto um homem a segura pelas costas. O texto dizia "ao contrário de certas pessoas, Belvedere sempre desce suave" REPRODUÇÃO

O Ministério da Justiça atuou a pedido do órgão de defesa do consumidor (Procon) do estado do Espírito Santo e após consultar os ministérios de Políticas para as Mulheres e de Igualdade Racial.

"Não se pode admitir que para vender um produto, sejam utilizadas mensagens discriminatórias, que reforçam estereótipos de gênero e étnico-raciais e contribuem para aprofundar desigualdades", afirmou o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Amaury Oliva.

A Brasil Kirin afirmou em nota que não comenta processos jurídicos em andamento. "A empresa reitera que conduz seu negócio com respeito e ética a todos os seus públicos e consumidores", disse o comunicado.

PROPAGANDAS POLITICAMENTE INCORRETAS
Papai Noel fumante, mulher feita para cuidar da casa e criança usando lâmina de barbear: personagens como esses, que hoje causariam indignação em muita gente, eram comuns em propagandas do passado. Confira, a seguir, algumas delas Montagem/Arte UOL

"Mais cedo ou mais tarde sua esposa vai dirigir. Esta é uma das razões para você possuir um Volkswagen", dizia a propaganda. O argumento era o que de que, se a mulher batesse o carro, as peças de substituição não eram caras REPRODUÇÃO

Na propaganda de café, a mulher apanhava do marido por não usar a marca Chase & Sanborn. "Se seu marido descobrir que você não está usando um café mais fresco...", ameaçava o comercial REPRODUÇÃO

A propaganda da geladeira Gelomatic comparava as qualidades necessárias ao produto e a uma mulher: "Eis aqui tudo o que as mulheres precisam: beleza e grandeza interior" REPRODUÇÃO

Na propaganda da batedeira Kenwood Chef, a frase minimizava a importância das mulheres: "Chef faz tudo, menos cozinhar. É para isso que servem as esposas!" REPRODUÇÃO

A publicidade do limpador multiuso Lestoil previa como seria a vida das mulheres modernas: "As mulheres do futuro vão fazer a Lua um lugar mais limpo para viver" REPRODUÇÃO

Em comerciais antigos, a mulher era vista apenas como dona de casa: "Quanto mais duro uma esposa trabalha, mais bonita ela fica", dizia o comercial das vitaminas Pep, que mostrava uma mulher feliz com o espanador de móveis REPRODUÇÃO

O homem pisava na mulher na propaganda da marca Me Leggs: "É bom ter uma garota em casa", dizia o comercial REPRODUÇÃO

"Há uma outra mulher esperando por cada homem. E ela é muito esperta para ter mau hálito pela manhã". O aviso fazia parte de um comercial da pasta de dentes Clorodent REPRODUÇÃO

Hoje seria muito difícil que um comercial como esse, que sugeria que as mães dessem Leite Moça para seus bebês, não fosse criticado REPRODUÇÃO

Comercial insinuava que quem tinha um revólver Taurus dormia mais tranquilo. "Não deixem que roubem seu sono", dizia REPRODUÇÃO

"Peça Batom" e "Compre Baton" eram frases repetidas diversas vezes na propaganda do chocolate da Garoto. Atualmente, frases imperativas assim são evitadas em comerciais dirigidos a criançasREPRODUÇÃO

A imagem usada na propaganda da Gillette hoje assustaria os mais sensíveis: um bebê usando uma lâmina de barbear. A ideia foi mostrar que o produto era seguro REPRODUÇÃO

Nas propagandas antigas de cigarros, o produto era elogiado até por profissionais da saúde: "Como seu dentista, eu recomendo Viceroys", dizia este anúncio REPRODUÇÃO


Até Papai Noel era fumante nos comerciais do passado. Na imagem, propaganda da marca Lucky StrikeREPRODUÇÃO

(Com EFE)

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