A greve continua. A decisão foi tomada em assembleia, nesta sexta-feira (23), pelos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. A categoria avaliou que não há como encerra a greve sem uma proposta concreta do Governo do Estado no que concerne a única reivindicação do movimento, que é a atualização dos salários atrasados mediante calendário de pagamento.
Mais de 200 docentes participaram da assembleia realizada na sede social da Associação dos Docentes (ADUERN).
A decisão contraria setores da categoria que se posicionou pelo fim da paralisação e a abertura de diálogo com o governo. Esse segmento é conduzido pelos professores do Curso de Direito, que tornou a posição de conhecimento público através de carta à comunidade (VEJA AQUI).
A maioria dos professores, no entanto, entende que seria um fracasso encerrar a greve, depois de mais de 100 dias, sem ter recebido qualquer proposta ou resposta do Governo do Estado. A direção da Aduern argumenta que a greve, além de reivindicar algo junto que é o pagamento dos salários em dia, também serve para consolidar a luta em defesa da Universidade, que sendo alvo de ataques nos últimos tempos.
A greve dos professores foi iniciada no dia 10 de novembro de 2017, em protesto ao atraso de salários. Três depois, o movimento ganhou o reforço dos servidores da saúde, unificando o movimento. Em janeiro passado, a greve recebeu a adesão dos técnicos-administrativos da Uern.
Os servidores da saúde, que também reindicava salários em dias, decidiram suspender a paralisação na semana passada, embora não tenha recebido nenhuma garantia do Governo.
AUDIÊNCIA
A presidente da Aduern, Rivânia Moura, comunicou que a entidade foi convocada para audiência com o Governo na próxima segunda-feira, 26, em Natal. A dirigente destacou que o Governo precisa apresentar uma proposta que resolva o impasse com a Uern. De acordo com Rivânia, “não basta apresentar soluções momentâneas ou parciais para um problema que é de extrema gravidade e que vem precarizando severamente as condições de vida dos trabalhadores da universidade.”
A presidente da Aduern alertou que “não é qualquer proposta vinda do Governo que vamos aceitar. Queremos que o Governo se manifeste e resolva estes atrasos que vem minando as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras da Uern”.
Rivânia elogiou a decisão da maioria pela continuidade da greve. “Hoje tivemos uma unanimidade: a greve não pode acabar enquanto não tivermos ao menos a certeza de quando iremos receber salários. Temos disposição para resistir e lutar, pelos nossos direitos e nossa dignidade.”
A diretoria da ADUERN também avaliou que é fundamental que sejam realizadas novas mobilizações na Assembleia Legislativa para garantir a permanência dos aposentados na folha de pagamento da Uern, uma vez que o governador Robinson Faria (PSD) vetou a emenda que previa a manutenção dos inativos na folha.
“Consideramos a importância de nossos aposentados e da história de vida dedicadas a Uern que eles têm. Somos uma só categoria e, portanto, essa situação afeta todos os professores e professoras”, afirmou Rivânia Moura.
Os servidores da universidade, assim como boa parte do funcionalismo público estadual, vêm amargurando atrasos salariais desde Janeiro de 2016. Desde então as categorias convivem com a insegurança e a falta de um calendário de pagamento que respeite os trabalhadores do estado.
Hoje a grande maioria dos docentes da Universidade aguarda pelos salários referentes aos meses de Janeiro, fevereiro e o 13º salário de 2017.
Jornal de Fato
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