domingo, 9 de março de 2014

CAMPANHA PRESIDENCIAL: Economia fraca ameaça reeleição

Brasília. A campanha da reeleição será árdua para a presidente Dilma Rousseff. É o que já se diz no Palácio do Planalto e no entorno do governo. Além de administrar uma aliança movediça e enfrentar o ex-aliado Eduardo Campos (PSB), Dilma terá de dar explicações sobre o fraco desempenho da economia e as medidas para o setor. O discurso da oposição, de explorar a situação econômica, está pronto e é bem conhecido, mas o que de fato preocupa são as insatisfações na base aliada.

Desde o primeiro ano de governo, Dilma abriu o pacote de bondades para o setor empresarial, mas nem assim eliminou as críticas ao pífio crescimento de seu governo - um PIB médio de 2% ao ano. "Dilma deu muitos estímulos para o empresariado, mas deu errado, privilegiando uns setores, irritando outros", comentou um senador aliado.

Diferentemente do que ocorreu com Lula, diz o senador, os empresários não estão com Dilma. Ao contrário, o setor privado está muito receoso em apoiá-la. E o mercado não confia mais no ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para reforçar o setor, a presidente levou para o Planalto, o ministro Aloizio Mercadante, que, além do papel político, deverá fortalecer a articulação com investidores.

Em ano eleitoral cresce a preocupação do governo em conter a desconfiança dos investidores. Daí a decisão de Dilma de criar um movimento de austeridade. Há uma tensão com a possibilidade de o Brasil ter rebaixado pelas agências de risco o grau de investimento. Ao anunciar o corte de R$ 44 bilhões no Orçamento, o Planalto quis mostrar que age com responsabilidade fiscal.

Opositores

Setores da oposição dizem que mesmo que o governo trabalhe para passar uma imagem de controle, a situação econômica é muito ruim e logo deverá ser percebida cada vez mais pela população.

"O governo vai usar a demagogia para tentar se eleger, mas a economia não está boa. A situação tende a piorar e isso terá reflexos na eleição. Com o discurso de que a inflação está sob controle e há geração de empregos, ela ameniza um pouco, mas o que os investidores estão vendo há tempos vai descendo para a população", diz o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP).

Aliados

O discurso de Dilma é repetido pelos aliados. "Não conheço eleição presidencial fácil. Evidentemente que a economia sempre pesa. Mas o nosso governo reforçou o emprego e a renda", argumenta o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que já foi ministro do Trabalho no governo Lula.

Outra preocupação do governo é ter um melhor controle do dinheiro repassado para estados e municípios, fazendo com que ele beneficie a população.

Diário do Nordeste

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