quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PREFEITO EM MINAS COMPRAVA CONTRA-FILÉ COM RECURSOS PÚBLICOS E SERVIA MÚSCULO NA MERENDA.

A Justiça afastou preventivamente Pablo Emílio Campos Correa (PPS), conhecido como Pablo da Laninha, por 180 dias, após denúncia feita pelo Ministério Público Federal em Minas. Patrocínio de Muriaé fica na Zona da Mata.

A Justiça Federal decretou o afastamento do prefeito de Patrocínio do Muriaé, Pablo Emílio Campos Correa (PPS) – conhecido como Pablo da Laninha -, por suspeita de irregularidades na compra de merenda escolar. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Pablo teria feito pagamento por alimentos que nunca foram entregues ou em quantidades superiores. Além disso, segundo o MPF, o prefeito teria incluído nas despesas pagas com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) gastos com carnes como contrafilé, alcatra e chã de dentro, sendo que para os alunos era servido acém, músculo, coxa de frango e moela. O afastamento é por 180 dias. OS prejuízos ao município, que fica na Zona da Mata de Minas, é de cerca de R$ 40 mil.

Ainda conforme o Ministério Público Federal em Minas, as quantidades de alimentos pagas com recursos públicos incluíam eram superiores ao que poderia ser consumido pelos 464 alunos das três escolas de Patrocínio do Muriaé. “ As quantidades de alimentos faturadas e pagas em apenas dois meses seriam suficientes para abastecer as três escolas municipais e servir seus 464 alunos por anos a fio. Imagine-se quantas refeições poderiam ser servidas em um único mês com 32,5 kg de canjica branca, 375 kg de arroz, 100 kg de farinha de mandioca, 100 kg de batata inglesa, 150 kg de feijão, 120 kg de fubá e absurdos 60 kg de sal”, afirmou o procurador da República, Lucas de Morais Gualtieri.

Sobre a inclusão de alimentos, como as carnes nobres, biscoitos e outros produtos que, efetivamente, nunca foram incluídos no cardápio dos alunos, o procurador classifica como "afrontosa". "Chega a ser afrontosa a constatação de que foram incluídas nas notas fiscais carnes nobres como chã de dentro, contrafilé e até mesmo alcatra, quando a análise dos cardápios e dos pedidos de alimentos das escolas de Patrocínio do Muriaé evidencia que eram servidas aos estudantes carnes de mais baixa qualidade, como acém, músculo, coxa de frango e até mesmo moela de frango", afirmou.

A medida de afastamento de Pablo da Laninha foi solicitada, após denúncias de que ele estaria adulterando documentos e tentando coagir testemunhas. “Acossado pelas denúncias de malversação de recursos destinados à aquisição de gêneros para a merenda escolar, tem tomado medidas concretas no sentido de inibir a apuração, subtraindo ou adulterando documentos, pressionando ou corrompendo testemunhas e coagindo até mesmo os participantes das Sessões da CPI da Câmara Municipal”, observa o juiz federal de Muriaé.

A Justiça também expediu mandados de busca e apreensão de documentos e decretou a indisponibilidade dos bens do prefeito, da empresa e de seu proprietário, Oldacir Luiz Valdier, até o limite de R$ 36.444,00, equivalentes ao prejuízo quantificado até o momento, acrescido de multa civil de até três vezes esse valor.
A reportagem tentou contato por diversas vezes com a Prefeitura de Patrocínio de Muriaé, mas ninguém atendeu as ligações.

Fonte: Marcelo Ernesto/http://www.em.com.br/via RNPolítica em dia

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