terça-feira, 1 de outubro de 2013

Fátima Bezerra afirma que Rosalba Ciarlini é caloteira e gestão atual é “Governo do desmoronamento”

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) disse que a gestão Rosalba Ciarlini (DEM) é o “governo do desmoronamento”, numa alusão a que “tudo desmoronou no governo do DEM”. Para ela, “o Rio Grande do Norte vai continuar sangrando até o ano que vem”, quando haverá novas eleições, já que a resposta “virá pela via política”.
Sobre o desgaste da governadora, Fátima classificou como “lamentável”, e criticou o atraso nos salários. “Eu confesso que, chegar ao ponto, inclusive, de atrasar salários, isso é duro, muito duro, afinal de contas, para quem trabalha, o mínimo que o servidor não abre mão de maneira nenhuma é ter o seu salário pago em dia”.

Em entrevista a FM 94 a petista abordou a “realidade cruel” dos servidores públicos, criticando o “calote que esse governo deu no conjunto dos servidores públicos estaduais”. “A minha categoria, no caso dos servidores da educação, o governo até hoje não pagou os outros 70% referentes ao plano de cargos, carreiras e salários. Mas não são só os funcionários da educação, mas o conjunto dos funcionários da Administração Indireta. Todos os funcionários da Administração Indireta também estão sendo lesados em seus direitos, porque é um direito que os servidores têm, na medida em que isso passou pela Assembleia Legislativa do RN”, recordou.

Quanto à greve dos servidores, a deputada disse que tem se colocado como intermediadora, mas até o momento sem sucesso. “Você veja esse ano greve na educação, greve na saúde, a Polícia Civil continua em greve até o presente momento, por mais esforços que a gente tenha feito de mediação. Até a secretária nacional de Segurança Pública aqui esteve e participou de audiências com o chefe da Casa Civil, com os demais secretários da governadora Rosalba, a Assembleia mediando, mas mesmo assim o governo continua surdo, continua mudo”.

Para a petista, a gestão estadual é “um desastre”, faltando projeto econômico e social. “É um desastre. Um governo que se perdeu completamente, um governo que, na verdade, desde o início, e até o presente momento, não se achou enquanto governo que realizasse uma gestão que tivesse como mote um projeto de desenvolvimento econômico, social e cultural para o nosso Estado. Um governo que desde o início não implementou de maneira nenhuma uma política de respeito aos servidores públicos, de valorização e de garantia de que os serviços públicos na saúde, na educação, na segurança seriam oferecidos à população, com qualidade e com eficiência”, observou a parlamentar.
CRÍTICAS

A deputada Fátima Bezerra criticou duramente o senador José Agripino Maia, por não se pronunciar em relação ao governo Rosalba Ciarlini. “A crítica que eu faço aqui é ao governo do DEM, ao governo, por exemplo, liderado pelo senador José Agripino Maia, que anda calado. Ele fala tanto no plano nacional, critica tanto o governo da presidenta Dilma, assim como criticava o governo do presidente Lula”.

Segundo Fátima, porém, quanto mais o líder do DEM critica o governo federal, mais fica em descompasso com a opinião pública, porque as pesquisas atestam a aprovação do governo da presidenta Dilma, o contrário da realidade do RN.

“José Agripino está mudo. Isso é o governo do DEM, aliás o único governo que o DEM tem no país. Por que o senador José Agripino não se coloca, diante do único governo que o DEM tem no país, chegar a esse ponto de crueldade que é atrasar exatamente os salários? Eu penso que o governo vai pagar caro por isso. E a resposta virá através da urna”, afirmou.

Ainda de acordo com Fátima, o governo é chamado governo do desmoronamento porque tudo desmoronou no governo do DEM. “Então eu quero dizer que eu acho lamentável e que o Rio Grande do Norte vai continuar sangrando até o ano que vem, porque eu acho que a resposta virá pela via política. Eu não estou aqui falando do ponto de vista pessoal, até porque do ponto de vista pessoal eu respeito a governadora, não faço política de maneira nenhuma sob o prisma da ótica pessoal”, afirmou.



“Vamos retomar as conversas e dialogar com o PMDB também”

A deputada Fátima Bezerra disse que o PT irá retomar as conversas com os partidos que integram a oposição ao governo Rosalba Ciarlini, PDT, PSB e PSD, entretanto, incluirá o PMDB nas conversas, já que o partido rompeu com o governo do Estado. “Na hora em que o PMDB rompe com o governo do DEM, evidentemente que, à luz da resolução que o PT tem, ele passa a integrar agora o bloco das forças políticas com que o PT vem dialogando”, disse a petista, ainda em sua entrevista à Rádio Cidade.

Fátima lembrou que sempre deixou claro que o arco de aliança do PT é o mesmo dos partidos que dão sustentação ao governo da presidenta Dilma e que no plano local fazem oposição ao governo do DEM. “Na hora em que o PMDB rompeu com o governo do DEM o PMDB está, portanto, nesse arco de partidos que faz oposição ao governo do DEM”, explicou.
Ainda de acordo com a deputada, o PT já manteve conversas com o PSD, liderado pelo vice-governador Robinson Faria; com o PSB, liderado pela ex-governadora Wilma de Faria; e com o prefeito Carlos Eduardo, presidente estadual do PDT. “Nós vamos retomar essas conversas agora no segundo semestre e vamos conversar com o PMDB também, claro. Uma certeza nós temos: é que o PT do Rio Grande do Norte não colocará os pés jamais em nenhum palanque onde esteja o DEM nem o PSDB”, afirmou.

SENADO

Fátima disse ainda que poderá ser candidata ao Senado. “Pode ser. O fato é que nós estamos nos preparando para, ao lado da prioridade que é eleger a presidenta Dilma, o crescimento do PT no RN. Eu tenho dito sempre que eu tenho defendido dentro do PT e vou continuar defendendo que a aliança que o PT venha a fazer no Rio Grande do Norte seja a aliança mais adequada para a gente atingir os nossos objetivos”, afirmou.

Entre os objetivos do PT potiguar para 2014, lembrou Fátima Bezerra, estão fortalecer o palanque da presidenta Dilma sem abrir mão da ampliação da presença do PT na Assembleia, manutenção da vaga do PT na Câmara dos Deputados e integrar a chapa majoritária. “Não é fácil para um partido com o perfil que o PT tem manter essa vaga no plano federal e nós vamos cuidar desse espaço com muito zelo, com muito carinho, porque o PT quer manter essa vaga”, afirmou.



“Saída do PSB não muda correlação de forças do cenário nacional”

A deputada Fátima Bezerra disse ainda que a entrega dos cargos do PSB não modifica a correlação de forças políticas do País. “O PSB tornou público não o rompimento com o governo, segundo o governador Eduardo Campos, mas vai continuar no âmbito do Congresso Nacional defendendo aquilo que eles julgam que o governo vem fazendo de bom para a população”, avalia a parlamentar.

Segundo a petista, o PT irá aguardar para saber que desdobramentos o afastamento do PSB terá nos palanques regionais. “O PT vai continuar no lugar onde sempre esteve, ou seja, no campo das forças políticas de perfil de centro esquerda, no campo democrático-popular”, disse a petista, se referindo a PDT, PC do B, PMDB e outros.

“Ou seja: de um lado nós temos as forças de perfil democrático-popular, hegemonizadas pelo PT e outros, bloco este que foi vitorioso em 2002 e é o bloco das mudanças, dos avanços e das conquistas; e de outro lado temos exatamente quem? O bloco hegemonizado pelo DEM, pelo PSDB, pelo PPS, o chamado bloco neoliberal. Então, esse é o campo da disputa política hoje existente no nosso país”.

Ainda de acordo com a deputada Fátima, se o PSB realmente vier a ter a candidatura própria de Eduardo Campos, no segundo turno é esperada a reunião das forças políticas de perfil democrático-popular. “Esperamos que isso aconteça, até porque o PSB – é importante registrar – nacionalmente tem sido um parceiro estratégico muito importante para o nosso partido; nós temos que reconhecer. O governador Eduardo Campos é um homem de muitas qualidades. Desde 1989 que o PSB está nacionalmente ao lado do PT e esse projeto que hoje vem promovendo as mudanças na vida do povo brasileiro, junto com o PC do B, PDT e outros. Então, creio que o lugar do PSB deve ser nesse campo de forças mudancistas, de perfil de centro-esquerda, os partidos políticos no campo democrático-popular. Vamos, portanto, aguardar”.


Informações de Jornal de Hoje

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