sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cigarro pode triplicar o risco de morte súbita cardíaca entre mulheres

Cigarro pode triplicar o risco de morte súbita cardíaca entre mulheres
A boa notícia é que abandonar o hábito pode reduzir de forma significativa ou até eliminar essa probabilidade

Fumar pode triplicar o risco de uma mulher sofrer uma morte súbita cardíaca — e quanto mais tempo dura o vício e mais cigarros são consumidos ao dia, maiores são essas chances, concluiu um novo estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa, por outro lado, também mostrou que abandonar o hábito pode reduzir de forma significativa ou até eliminar essa probabilidade.

A morte súbita cardíaca ocorre de maneira repentina, geralmente em decorrência de uma arritmia cardíaca, que é uma sequência de batimentos irregulares, ou muito rápidos, ou muito lentos. O problema pode levar a um fraco desempenho do coração e, consequentemente, a uma fraca circulação sanguínea, falta de sangue no cérebro e perda de consciência.


O trabalho, publicado nesta terça-feira no periódico Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology, da Associação Americana do Coração, acompanhou 101.018 mulheres ao longo de trinta anos. Durante esse período, 351 participantes sofreram morte súbita cardíaca. De acordo com os resultados, cada cinco anos de tabagismo eleva em 8% o risco de uma mulher sofrer uma morte súbita cardíaca — aquelas que fumavam há mais de 35 anos foram, no geral, 2,5 vezes mais propensas a apresentar o problema do que as participantes que não fumavam.

Além disso, mostrou o estudo, as fumantes que consumiam ao menos 25 cigarros por dia tiveram uma chance três vezes maior de ter o problema em relação às não fumantes. Mesmo as mulheres que fumavam menos — até 14 cigarros por dia — também apresentaram um risco duas vezes maior de morte súbita cardíaca.

Doença determinante — A pesquisa ainda mostrou que parar de fumar tem um efeito significativo e imediato na redução desse risco entre mulheres que ainda têm o coração saudável. Abandonar o vício também beneficia aquelas que já sofrem alguma doença cardíaca, mas o efeito positivo leva mais tempo para ocorrer. A mesma redução do risco que ocorre entre mulheres saudáveis cinco anos após abandonarem o cigarro, por exemplo, leva entre 15 e 20 anos para ser observada entre aquelas que já tinham o coração prejudicado quando deixaram o vício.

Para Roopinder Sandhu, pesquisadora do Hospital Brigham and Women, da Universidade Harvard, e coordenadora do estudo, uma possível explicação para isso está no fato de que a nicotina surte efeitos tanto a longo quanto a curto prazo sobre o coração. A substância, por exemplo, age de forma imediata sobre a desregulação dos batimentos cardíacos, mas também prejudica o tecido cardíaco aos poucos, quadro que persiste por muito mais tempo. “O tabagismo é um importante fator de risco modificável para morte súbita cardíaca para mulheres com e sem doença cardíaca. Por isso, as fumantes não devem esperar até o desenvolvimento dessa condição para abandonar o vício”, diz Sandhu.

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