quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Caixa pede, novamente, mais explicações sobre projetos

Mais um capítulo na novela de avaliação dos projetos executivos das obras de mobilidade urbana de Natal com vistas à Copa do Mundo. Ontem, a Caixa Econômica Federal (CEF) pediu, pela quarta vez, mais explicações à secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) sobre o orçamento das obras. Segundo o titular da pasta, Sérgio Pinheiro, dessa vez o questionamento é sobre valores de cinco itens que vão de luminárias à materiais usados na construção de viadutos.


Alberto LeandroSérgio Pinheiro explicou que pode haver uma certa dificuldade no envio das informações pedidasSérgio Pinheiro explicou que pode haver uma certa dificuldade no envio das informações pedidas

A Prefeitura espera responder à nova solicitação da CEF ainda esta semana. No entanto, o secretário admitiu que pode haver uma certa dificuldade porque a Semopi precisa de informações dos fornecedores. "Então a empresa consultora tem que pegar a planilha de preços com os fornecedores e só depois enviamos para o banco", explicou. O banco não exige uma data para a entrega dos novos papéis porém, a avaliação pode demorar mais 30 dias para ser divulgada.

Com esse novo adiamento, as obras correm o risco de não ficarem prontas antes do início do evento esportivo. No entanto, durante uma reunião com o novo secretariado, no início dessa semana, a prefeita Micarla de Sousa ratificou que as obras começarão no dia 23 de fevereiro. "Seguimos em frente, com nossos trabalhos concentrados no desenvolvimento. No próximo dia 23 daremos início às obras de mobilidade urbana, com os projetos feitos pela Semopi, ao passo que também fomentaremos as operações de recuperação da malha viária, de limpeza urbana e melhoria das unidades de saúde e educação", avisou.

De acordo com o Ministério das Cidades, as cidades-sedes da Copa do Mundo têm até dezembro de 2013 para entregar as obras de mobilidade urbana bem como as arenas e estádios onde acontecerão os jogos. O prazo que o Município de Natal dispõe para executar as obras de mobilidade é de 30 meses a contar do início das intervenções. O começo pode se caracterizar através da terraplanagem de terrenos ou da derrubada de imóveis desapropriados, por exemplo. Se as intervenções começassem hoje, estariam prontas em maio de 2014. Com o novo pedido da CEF, as obras só deverão ficar prontas em agosto daquele ano. O primeiro jogo em Natal será realizado no dia 13 de junho de 2014.

A análise dos projetos executivos é feita por técnicos do Setor de Engenharia da CEF e tem como objetivo manter a obra no mesmo valor desde a contratação à entrega das construções à população. Os técnicos analisam se todos os custos envolvendo as obras seguem os parâmetros da tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). A CEF é a credora do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no qual as obras de mobilidade urbana de Natal foram inscritas e aprovadas.

Reunião de Conselho discute desapropriações

Os representantes do Conselho da Cidade do Natal (Concidades) se reuniram na tarde de ontem, no auditório da Fundação Capitania das Artes (Funcarte) com o intuito de discutir projetos e investimentos para a Copa 2014. A assembleia contou com a presença do Chefe do Gabinete Civil, Heráclito Noé e representantes de algumas instituições e sindicatos. A discussão, no entanto, ficou restrita a apenas um aspecto: desapropriações de imóveis.

A reunião teria como objetivo principal discutir os projetos de mobilidade urbana com vistas à Copa do Mundo 2014, para tanto, o Governo do Estado foi convocado, porém, nenhum representante compareceu ao encontro. Essa foi a segunda reunião do Concidades. Segundo o secretário executivo do órgão, Jackson Costa de Oliveira, a intenção é enviar à Prefeitura e Governo do Estado sugestões para as obras de mobilidade que venham ajudar à população ou minimizar os impactos na cidade. "Queremos repercutir os projetos visando uma melhor qualidade de vida para o cidadão e até mesmo ajudando o meio ambiente", disse.

No entanto, o secretário reconhece que o Concidades demorou para se reunir e as indicações podem não ter validade. "Sei que há possibilidade de sermos ouvidos. Houve uma demora na realização das reuniões, mas vamos prosseguir com os trabalhos", afirmou. A representante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) no órgão, Ruth Ataíde, confirmou o atraso. "É possível que estejamos atrasados, mas é possível fazer alguma coisa. O dinheiro das obras ainda não saiu", pontuou.

O tema mais discutido na reunião foi as desapropriações dos imóveis. Conforme levantamento da Semopi, há 428 imóveis que deverão ser desapropriados para viabilizar as obras do primeiro lote das obras - que compreendem intervenções na Av. Felizardo Moura, Complexo Viário da Urbana e BR-226 (Av. Industrial João Mota). Os representantes do Concidades querem uma solução viável para os proprietários que sentem-se injustiçados com a possível transferência para outra região. "Vão mandar esse pessoal para onde? São Gonçalo? Macaíba? É preciso pensar nos problemas sociais que envolvem essa questão", disse Aldo Tinoco.




FONTE: TRIBUNA DO NORTE

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