domingo, 30 de março de 2014

Tributos: Arrecadação de impostos no RN cresce 59% em cinco anos

A arrecadação de tributos junto aos potiguares cresceu 59,45% nos últimos cinco anos, considerando o somatório pago às esferas municipal, estadual, federal e à União. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e mostram que, somente em 2013, os norte rio-grandenses pagaram R$ 4,090 bilhões em tributos. Neste ano, de janeiro até a última sexta-feira, os valores pagos pelos contribuintes potiguares às diversas esferas de poder já tinham alcançado a casa dos R$ 900 milhões.

Para se ter uma ideia, apenas com o dinheiro que o potiguar pagou nesses três primeiros meses do ano, conforme o IBPT, seria possível comprar 33 mil carros populares. Ou 25 mil casas de 40 m². Ou 11 mil ambulâncias equipadas. Seria possível pagar 1.300 salários mínimos, ou o salário de 66 mil professores de ensino fundamental por um ano. São recursos que poderiam ser aproveitados para construir 3.100 postos de saúde equipados. Ou mais: asfaltar 776 km de estradas.

Mas de onde vem tanto dinheiro? Ao raiar de cada novo dia, o brasileiro levanta da cama e gira a torneira em busca de água (37%) para lavar o rosto e escovar os dentes. Vai à cozinha e prepara um café (16%), sem esquecer do açúcar (30%). Sai de casa, passa no posto e abastece o carro com gasolina (53%). Trabalha. Almoça (32%). Depois do expediente, toma uma cerveja (55%) com os amigos e come alguma coisa (32%). Vai para casa e dorme. “Estamos acompanhados de impostos o tempo todo”, alerta o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.

Emanuel Amaral
No preço de aparelhos como Videogame, 72% é carga tributária

Cachaça
A cachaça é o produto que encabeça a lista dos itens com maior tributação, com 81,87%. Isso quer dizer que, ao comprar uma cachaça de R$ 20, por exemplo, o consumidor está pagando mais de R$ 16 apenas em tributos. O mesmo ocorre com outras bebidas e também com cigarros, sob o argumento de que, além de fazerem mal à saúde, esses produtos impactam em áreas como a saúde e a assistência social estatais, ao causarem danos à saúde de seus consumidores.

Também inseridos na lista dos mais tributados estão os videogames. Conforme dados do IBPT, 72,58% do preço desses produtos correspondem a taxas e impostos. Sendo assim, é possível afirmar que, dos R$ 4 mil cobrados ao consumidor para adquirir um PlayStation 4 (PS4) no Brasil, aproximadamente R$ 2.900 correspondem a tributos.Videogames

Com os altos preços cobrados, os brasileiros acabam optando por outras maneiras de adquirir os produtos. É o caso do engenheiro eletricista André Barros, de 27 anos, que conseguiu adquirir seu PS4 através de um amigo que foi a Orlando, nos Estados Unidos. “O preço praticado aqui no Brasil não existe. Lá no s Estados Unidos é 400 dólares”, explica. 
Com a cotação de hoje do dólar, na faixa dos R$ 2,26, o PS4 acaba saindo por R$ 900 tendo por base o preço americano. André acrescenta que, se não houvesse essa opção, ele não teria comprado o produto no Brasil.

O médico Thiago Ramos, de 32, também compartilha dessa ideia. “Aqui no Brasil eu não compraria. Acho um preço muito caro para um entretenimento”, disse.

Gasolina
Mas produtos de uso mais comum, como a gasolina, também apresentam tributos altos. Ao abastecer o carro na última sexta-feira, a médica Tânia Cabral se deparou com a gasolina reajustada há cerca de duas semanas. No posto onde ela abasteceu, o preço chegava à casa dos R$ 3,069. Tendo por base os 53% que incidem no produto, é possível dizer que, nos R$ 40 que ela abasteceu do combustível, cerca de R$ 20 eram relacionados a tributos. “É um peso muito grande no bolso da população e acho não temos o retorno desses impostos”, avaliou.

TRIBUNA DO NORTE

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