segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"Este ano volto a cantar 'Quero que Vá Tudo...'", diz Roberto Carlos

Do UOL, em Búzios (RJ)


Vestido todo de azul, sem fugir da tradição, Roberto Carlos chegou bem humorado ao encontro com jornalistas na noite deste domingo (9) a bordo do navio MSC Preziosa, onde acontece a 10ª edição do cruzeiro "Emoções em Alto Mar". "Estou melhor do TOC [Transtorno Obsessivo-Compulsivo]. Sentei numa cadeira roxa e nem percebi", brincou o cantor, referindo-se às manias de evitar as cores marrom e roxo.

Outro caso famoso do TOC do cantor envolve a música "Quero que Tudo Vá Para o Inferno", sucesso de 1965 e que está banida de seu repertório desde a década de 1980. "Mas este ano ainda eu volto a cantar 'Quero que Vá Tudo...'", disse ele, sem completar o restante do título.

Durante a conversa com jornalistas, Roberto Carlos retomou o assunto das biografias não autorizadas. "A questão é equilibrar o direito de privacidade com a liberdade de expressão. Um direito não pode prejudicar o outro". O cantor disse que, hoje, é a favor da biografia não autorizada desde que obedeça a esse equilíbrio. "Eu me considero dono da minha história. Isso é propriedade minha. A comercialização das coisas em torno da minha história tem que passar por mim".

Ele disse que já está escrevendo uma biografia e que, nela, os fãs conhecerão as alegrias e as tristezas. "Não vou esconder nada. Ninguém vai contar a minha história melhor que eu". Questionado se já estaria terminando o livro, ele riu: "Já escrevi até os 25 anos. Faltam mais dois terços".

Relembrado sobre a censura em 2006 da biografia escrita por Paulo César de Araújo, "Roberto Carlos em Detalhes", o cantor disse que aquele livro, especificamente, é "um caso de invasão de privacidade grave" e que, por isso, decidiu protestar como fez.

No cruzeiro, Roberto divulgou o lançamento do livro "Collection Book", um álbum de fotografias com 400 páginas que foi anunciado em 2009, mas que só será lançado oficialmente em abril deste ano, no mês do aniversário de 73 anos do cantor. "Fiquei emocionado porque estou revendo meu passado e reencontrando coisas que eu nem lembrava", disse ele. O livro, que tem tiragem limitada de 3.000 exemplares, custa R$ 4.500, mas está em pré-venda no navio com "desconto especial" ao preço de R$ 4.000.

Remix, funk e namoro
Roberto disse que vai lançar um disco com músicas inéditas ainda este ano, além de uma nova edição do álbum "Roberto Carlos Remixed", que saiu em dezembro do ano passado. Ele contou que um novo EP com cinco músicas sairá com outros DJs.

Sobre a parceria que fez com Anitta no especial de final de ano, Roberto elogiou o funk melody e disse que gosta do gênero. "É um ritmo contagiante. Só não precisa rebolar até o chão", brincou ele, admitindo que poderá voltar a gravar outros funks, como fez com "Furduncio", gravado com Erasmo Carlos.

Roberto comentou também sobre relacionamentos. Ele disse que não se importa com as especulações da imprensa, mas reclamou que muita coisa não é verdade e afirmou que não está namorando no momento. "Namorando, não...", deixando no ar se está com alguém.

Os jornalistas também quiseram saber a opinião do cantor sobre o comentado beijo gay entre Niko (Thiago Fragoso) e Felix (Mateus Solano) na novela "Amor à Vida". "A cena foi feita com muita elegância", disse ele, acrescentando que vê o caso com naturalidade. "Pessoas que se amam se beijam na boca. Todo ser humano deve ter esse direito respeitado".

A embarcação deixou o porto de Santos na tarde de sábado e neste domingo chegou a Búzios, no litoral do Rio. O cruzeiro ficará em alto mar até quarta-feira.

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