Dois estudantes
do Rio Grande do Norte estão entre os vencedores da terceira edição da
Olimpíada da Língua Portuguesa na área territorial Nordeste I, que
inclui, além do RN, os estados do Maranhão, Piauí e Ceará. A lista dos
vencedores foi divulgada ontem. Com "Natal: noiva do Sol, amante da
prostituição", publicado na TRIBUNA DO NORTE de quinta-feira, Taiana
Cardoso Novais foi uma das vencedoras na modalidade Artigo de Opinião.
Taiana é aluna da 3ª série da Escola Estadual Professor José Fernandes
Machado. No texto, a estudante cita pesquisas do Unicef, da UFRN e da
Associação dos e das Profissionais do Sexo e Congêneres do Rio Grande do
Norte para dar a dimensão do problema. Depois de apontar nomes dos
setores que estimulam o "prostiturismo", Taiana lamenta a incapacidade
para atacar o problema: "Infelizmente, frente a essas circunstâncias,
está o descaso de parte da sociedade natalense e do poder público para
com a problemática. Penso que esse desinteresse se dá devido à relação
direta que a cidade do Natal tem com a indústria do turismo sexual. E,
em razão do turismo ser a principal atividade econômica da capital, o
raciocínio é simples: garotas de programa atraem visitantes que, por sua
vez, injetam dinheiro na economia."
Outro vencedor -
desta vez na categoria Poesia - foi o estudante Henrique Douglas de
Oliveira, 12 anos, aluno do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola
Municipal Ariamiro Germano da Silveira - Vila Major Felipe/José da
Penha, no Alto Oeste. Acompanhado da mãe, Henrique saiu da cidade onde
mora com destino a Brasília. Na ida, ele já tinha motivo para comemorar:
era um dos finalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa. Mas a volta,
nesta quarta-feira, será ainda mais feliz. Além da medalha, ele leva um
notebook, uma impressora e a convicção de que seus versos e rimas são de
qualidade. Seu poema "Ô de casa?!" venceu numa concorrência acirrada.
Do País todo, foram enviados 48 mil textos de 5.092 municípios sobre o
tema "O Lugar Onde Vivo". "Fiquei feliz porque eu não sabia que estava
tão bom", disse Henrique à Agência Estado. "Mas não foi de uma hora para
a outra. Eu fiz, fui relendo e trocando as palavras por outras
melhores, até ficar satisfeito."
Os textos
concorreram em quatro categorias - poema, memória literária, crônica e
artigo de opinião. Estudantes do 5º e 6º anos do fundamental concorreram
com poemas, os do 7º e 8º, com memórias. As crônicas foram escritas
pelos alunos do 9º do fundamental e do 1º do ensino médio, e os artigos
pelos dos dois últimos anos do médio.
As escolas nas
quais estudam os finalistas receberão laboratórios de informática, com
dez microcomputadores e uma impressora, projetor e telão, além de livros
para a biblioteca. A Olimpíada de Língua Portuguesa nasceu em 2002, com
o nome Escrevendo o Futuro, um programa da Fundação Itaú Social. Em
2008 se tornou política de educação do governo federal e foi renomeado.
O modelo é
bianual, com os anos pares dedicados para mobilização e premiação de
professores, alunos e escolas, e os ímpares, para formação presencial e a
distância de professores e educadores das secretarias de educação. A
intenção é qualificar profissionais para que eles trabalhem cada vez
melhor o estímulo à leitura e a produção de textos. "Neste ano, a
qualidade dos textos evoluiu muito. Isso mostra que a proposta da
Olimpíada - que não é um concurso, mas um programa que capacita
professores -, produz resultados", diz o vice-presidente da Fundação
Itaú Social, Antonio Matias.
Tribuna do Norte
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