
No ano passado, o Ceará registrou 17 ocorrências por dia, totalizando 6.109 denúncias só em relação à criança e adolescente
FOTO: NATINHO RODRIGUES

Caminhada saiu do Aterro da Praia de Iracema e seguiu até o Náutico Atlético Cearense
FOTO: NATINHO RODRIGUES
Dificilmente uma criança ou adolescente rompe o silêncio quando é vítima de violência, principalmente quando se tratar de exploração e abuso sexual. Por esta razão, é fundamental que pais, familiares, professores e vizinhos estarem atentos para os primeiros sinais e denunciar.
Um dos instrumentos mais importantes no enfrentamento dessas violações foi a implantação do Disque 100. No ano passado, o Ceará registrou 17 ocorrências por dia, totalizando 6.109 denúncias só em relação à criança e adolescente. Em 2012, foram 6.907, o que dá uma média de 19 por dia. Especialistas recomendam que as pessoas não ignorem esses casos e denunciem.
Rosendo Amorim, sociólogo e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor) comenta que há uma subnotificação do número de casos. "As pessoas que denunciam são aquelas que possuem um nível de consciência maior". Para o especialista, o maior desafio é identificar as vítimas e fazer com que elas denunciem, já que o abusador pode estar dentro da própria família.
"É um problema muito difícil de se enfrentar, pois envolve sentimentos, afetos, desejos e até irracionalidade de quem pratica esse tipo de crime. Quem é abusador, na grande parte dos casos, já foi abusado quando jovem. Isso acaba gerando um ciclo vicioso", esclarece Amorim.
O sociólogo explica também que o abuso sexual e a exploração infanto-juvenil estão entrelaçados a questões como a prostituição de jovens, o turismo sexual, o alcoolismo e as drogas.