Ferrari apreendida em poder da quadrilha (Elza Fiúza/Abr)A Operação Elementar está entre as vertentes de investigação da Operação Miqueias. As duas estão sendo executadas hoje (19) pela Polícia Federal (PF) para prender uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro, com origem em crimes como desvio de dinheiro público, corrupção, peculato e tráfico de drogas. As duas organizações criminosas envolvidas eram chefiadas pelos mesmos integrantes. Por esse motivo, as operações tiveram de ser feitas de forma simultânea.
De acordo com os investigadores, a quadrilha lavou cerca de R$ 300 milhões, dinheiro de origem criminosa. Desses, R$ 50 milhões tiveram como origem a má aplicação intencional de recursos de fundos de investimentos do Regime Próprio de Previdência Social administrados por prefeituras. O golpe incluía a compra de papéis de títulos podres de empresas próximas à falência ou sem condições de arcar com os vencimentos. As autoridades envolvidas, responsáveis pela gestão desses fundos, recebiam uma parcela do valor aplicado nos títulos podres.
Entre as prefeituras envolvidas no caso estão as de Manaus, Ponta Porã e Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa, Caldas Novas, Cristalina, Águas Lindas, Itaberaí, Pires do Rio e Montividiu (GO), de Jaru (RO), Barreirinhas, Bom Jesus da Selva e Santa Luzia (MA).
De acordo com o superintendente da PF no Distrito Federal, delegado Marcelo Mosele, “as chefias das duas organizações criminosas estavam sediadas em Brasília”, cidade onde vivem quatro policiais e dois delegados da Polícia Civil investigados, bem como lobistas e doleiros que participaram do esquema. A PF não informou quais deles seriam os chefes da quadrilha.