Investigadores
tentam, há mais de três meses, solucionar o mistério envolvendo a
identidade de um homem que, aparentando ter 20 anos, morreu ao cair de
um avião em pleno voo na Grã-Bretanha.
Até agora, a polícia sabe muito pouco
sobre o caso e acredita que o jovem seria um imigrante ilegal de Angola.
Ele teria embarcado na aeronave na capital angolana, Luanda, ao entrar
sem ser percebido no minúsculo compartimento do trem de pouso.
Como proteção à baixa temperatura e à
alta pressão, o jovem teria tomado uma única precaução. Segundo os
investigadores, ele encheu os ouvidos com pedaços de lenços de papel.
Porém, oito horas depois, quando o
avião já se aproximava da cidade de Mortlake, no sudoeste de Londres,
para pousar no Aeroporto Internacional de Heathrow, o homem "caiu do
céu", segundo relatos de moradores da região.
"Eram 7h42. Acordamos com um barulho infernal", afirmou Lizzie Calfe.
O corpo do homem foi encontrado
próximo à casa da britânica, com graves ferimentos. Apesar de o
incidente ter acontecido três meses atrás, ela, como muitos de seus
vizinhos, quer descobrir a verdadeira história do homem - e porque ele
decidiu por uma jornada tão desesperadora e sem volta.
"É difícil esquecer (...) quando começo a me lembrar do episódio, penso: ele tinha uma família", lamenta Calfe.
A polícia metropolitana londrina ainda tentar juntar, em vão, as peças do quebra-cabeça.
"Pode ser que seus familiares não
saibam que ele está desaparecido e estão desesperados para encontrá-lo",
disse o sargento Jeremy Allsup, que ainda não conseguiu descobrir a
identidade do homem.
O "passageiro ilegal" estava
carregando algumas cédulas da moeda de Angola e caiu em um ponto quando o
avião, da companhia aérea British Airways, sobrevoava uma das
principais avenidas de Mortlake.
A polícia, porém, já divulgou pistas
que podem levar à sua real identidade. O rosto do homem, que ficou
destruído com o impacto, foi reconstruído para ajudar os detetives a
solucionar o caso. O que se sabe, de fato, é que ele tinha uma tatuagem
em seu braço esquerdo com as iniciais ZG.
"Se essa imagem for divulgada para um familiar ou amigo da vítima, possivelmente eles conseguirão identificá-lo", disse Allsup.
Mas a pista mais importante parece ter
sido encontrada nos bolsos do jovem. Ele carregava um celular que
contém números de sua família e amigos e possivelmente os contactaria em
poucas horas, tão logo o avião aterrissasse na Grã-Bretanha.
O telefone, no entanto, está
bloqueado. Detalhes do chip foram encaminhados às autoridades angolas
que, de posse do DNA do homem, sua arcada dentária e fotos, também tenta
descobrir sua identidade, até agora, sem sucesso.
Para o sargento Allsup, a polícia
angolana tem concentrado poucos esforços na solução da morte, uma vez
que, apesar de ter recebido indicações da vítima, ainda não deu sinais
de que investigará o caso.
A Embaixada da Angola em Londres não fez comentários sobre o incidente.
* DN Online
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