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Cumpriria a promessa em grande estilo dois anos depois. Convidada de
honra do especial do Rei de 2012, a intérprete de Morena na novela
"Salve Jorge" levou a mãe para assistir à gravação na primeira fila.
"Foi um dos momentos mais marcantes de nossas vidas", disse à repórter Eliane Trindade.
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O grande momento para mãe e filha foi ouvir Roberto Carlos cantar "Esse Cara Sou Eu", música tema do romance de Morena e Theo (Rodrigo Lombardi), protagonistas da novela de Gloria Perez. Aos 26 anos, a atriz vive fortes emoções ao ser alçada ao horário nobre da Globo. Em dezembro passado, Nanda foi acordada por um telefonema da autora: "Você acabou de passar para a minha novela". Assustou-se: "É trote?".
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Não era. Até então escalada para o elenco provisório de uma nova das
sete, mudou de horário e de status na emissora. Nome novo na constelação
global, gerou desconfianças. "No começo, vi um movimento assim: 'Nanda?
Será que ela tá preparada?'", conta. "Mas não estou sozinha nessa
aposta."
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No telefonema, a dona da história tratou de tranquilizar a atriz que até
então tinha feito papéis menores na TV. "Conheço seu trabalho, assisti
aos seus filmes e tenho vontade de trabalhar com você faz tempo", disse
Gloria.
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Antes de encarnar uma garota de favela que é traficada para ser
prostituta na Europa, Nanda deu vida a personagens fortes no cinema.
"Emendei um trabalho no outro desde 2006", conta. Desde então, foram dez
longas.
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Está em cartaz em "Gonzaga: de Pai pra Filho", de Breno Silveira, como
mãe de Gonzaguinha. Ganhou melhor atriz no Festival do Rio por "Sonhos
Roubados" (2009), de Sandra Werneck. Foi premiada em Paulínia (SP) por
"Febre do Rato" (2011), de Cláudio Assis.
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Foi no papel de Dolores Duran, no especial "Por Toda Minha Vida" (2008),
que se reconheceu atriz. "Assistir à vida da Dolores era bem mais
interessante do que o fato de eu estar ali representando. Ser atriz é
isso."
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É também encarar cascas de banana. Ganhou a pecha de "nada consta" de
colegas de elenco, segundo sites de bastidores da tevê. "Dou risada",
diz. "O chato são as justificativas. Uma hora dizem que não estou dando
conta da atuação. Depois, dizem que não falo com a equipe e sou
antissocial."
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Ao chegar ao Projac, é recebida com carinho pelo maquiador e pela
manicure. De All Star e jeans, só as unhas postiças e o aplique no
cabelo lembram a personagem. Vai subir no salto, colocar short e top,
uniforme das garotas do Alemão. Refuta o carimbo de periguete que tentam
colocar na heroína de "Salve Jorge". "É normal andar assim na favela.
Não é vulgar. Morena é uma mocinha fora dos padrões."
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É hora de gravar a cena em que sua personagem, que termina o noivado,
busca o vestido de casamento que não vai mais usar. O diretor Luciano
Sabino está satisfeito, Nanda pede para repetir. "Ela é uma atriz
visceral, vulcânica, um prato cheio para qualquer diretor", diz.
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O desejo de ser atriz vem desde os oito anos, quando transformava o piso
superior do restaurante da mãe em escolinha de teatro. Aos 14 anos, foi
morar com uma tia em São Paulo para estudar na Escola de Atores Wolf
Maya. Quatro meses depois, a tia morreu em um acidente de carro. "Voltar
pra Paraty seria adiar o sonho. Queria mais do que nunca ser orgulho da
família", emociona-se.
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Um pensionato de freiras, nos Jardins, virou seu endereço paulistano.
Fazia o curso de interpretação das 18h às 23h. "Levava um tênis na
mochila. Voltava pra casa correndo." Sem dinheiro para táxi nem tempo
para esperar ônibus, tinha que chegar antes de o portão fechar às 23h30.
"Sofria com medo de dormir na rua."
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Passou seis anos em São Paulo. Transferiu-se para o Rio em 2006, quando
fez "Cobras e Lagartos". Assinava o primeiro contrato com a Globo.
Renovado desde então. "É bom demais ter contracheque, 13º, plano de
saúde."
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Estabilidade que permitiu a ela declinar das sondagens para posar nua.
"Quanto mais vivo da minha arte menos penso nisso." Nudez no set não é
problema. Em "Febre do Rato" ficou nua em cima de um carro. "É um filme
fortíssimo. Quando confio na equipe, me jogo. Quem quiser me ver pelada,
vá ao cinema."
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Na montagem do filme, Cláudio Assis perguntou se ela queria que a
barriguinha e a celulite fossem corrigidas na finalização. Agradeceu o
cuidado, mas disse não. "É o corpo que tenho. O legal é ser natural. Não
fico pensando em tirar aqui, levantar ali."
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É a mesma firmeza com que encerra o assunto quando indagada sobre
namoros. "Estou feliz", despista. Mas fala abertamente sobre o fato de
nunca ter tido contato com o pai. "Minha mãe me teve muito cedo e ele
não participou. Não temos contato."
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A ausência da figura paterna foi preenchida, com sobras, pelo avô
materno, seu José, que morreu em 2010. "Ele era um cara incrível, a
pessoa que mais admirava no mundo. Na minha primeira novela, ele gastou
as economias para comprar uma TV imensa. Dizia que queria ver a neta em
tamanho natural."
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Em homenagem ao avô, ela fez uma tatuagem no pé direito: um elefante,
símbolo de força. "É o que me impulsiona. Quando hesito, olho para o
elefante e sei que tenho força pra ir adiante. FONTE: UOL.COM
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