Mais
de 50 médicos que atuam no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia
paralisaram as atividades na tarde de ontem durante aproximadamente três
horas. Os profissionais interromperam os serviços devido à falta de
pagamento, cujo atraso superou os 70 dias.
De acordo com o
neonatologista Maxwell de Oliveira, os servidores mantiveram-se nas
atividades mesmo sem o repasse dos recursos, mas a situação ficou
insustentável e a paralisação foi a única forma encontrada pelos
especialistas para pressionaram o Governo do Estado a efetuar o
pagamento.
"Desde outubro, quando o contrato com a Marca foi
encerrado, não recebemos nossos salários. Fomos compreensíveis, sabendo
que a Associação teve seus bens bloqueados, mas a nova organização
assumiu em novembro e o Governo não repassou os valores referentes ao
mês. Durante todo esse período mantivemos a escala médica completa,
prestando um serviço de qualidade, mas chegou a um ponto que a situação
ficou inadmissível", explica o médico.
Os serviços só foram retomados
às 18h, após o Governo do Estado confirmar o repasse, por intermédio da
Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), no valor de R$
2.382.673,18 para o Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à
Educação (Inase), Organização Social responsável pelo gerenciamento do
Hospital da Mulher.
De acordo com o médico Maxwell de Oliveira, com a
apresentação do comprovante do repasse, a previsão é de que o recurso
seja creditado nas contas dos funcionários até no máximo sexta-feira,
14. "Dessa forma decidimos voltar ao atendimento, mas ainda vamos
realizar uma nova assembleia para avaliarmos a questão envolvendo o
pagamento do mês de outubro", adianta o profissional.
Para aquelas
pessoas que procuraram atendimento no Hospital da Mulher na tarde de
ontem, a alternativa foi voltar para casa sem receber a devida
assistência. É o caso da gestante (de seis meses) Getineide Lima, que
foi à maternidade após sentir fortes dores de cabeça e na barriga.
"Moro
no assentamento Cordão de Sombra 2, e é muito difícil vir para cá.
Quando chego encontro os médicos parados. É uma injustiça. ", conclui.
Fonte: Jornal O mossoroense
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