A boa notícia é que abandonar o hábito pode reduzir de forma significativa ou até eliminar essa probabilidade
Fumar pode
triplicar o risco de uma mulher sofrer uma morte súbita cardíaca — e
quanto mais tempo dura o vício e mais cigarros são consumidos ao dia,
maiores são essas chances, concluiu um novo estudo da Universidade
Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa, por outro lado, também mostrou
que abandonar o hábito pode reduzir de forma significativa ou até
eliminar essa probabilidade.
A morte súbita
cardíaca ocorre de maneira repentina, geralmente em decorrência de uma
arritmia cardíaca, que é uma sequência de batimentos irregulares, ou
muito rápidos, ou muito lentos. O problema pode levar a um fraco
desempenho do coração e, consequentemente, a uma fraca circulação
sanguínea, falta de sangue no cérebro e perda de consciência.
O trabalho,
publicado nesta terça-feira no periódico Circulation: Arrhythmia and
Electrophysiology, da Associação Americana do Coração, acompanhou
101.018 mulheres ao longo de trinta anos. Durante esse período, 351
participantes sofreram morte súbita cardíaca. De acordo com os
resultados, cada cinco anos de tabagismo eleva em 8% o risco de uma
mulher sofrer uma morte súbita cardíaca — aquelas que fumavam há mais de
35 anos foram, no geral, 2,5 vezes mais propensas a apresentar o
problema do que as participantes que não fumavam.
Além disso,
mostrou o estudo, as fumantes que consumiam ao menos 25 cigarros por dia
tiveram uma chance três vezes maior de ter o problema em relação às não
fumantes. Mesmo as mulheres que fumavam menos — até 14 cigarros por dia
— também apresentaram um risco duas vezes maior de morte súbita
cardíaca.
Doença determinante — A
pesquisa ainda mostrou que parar de fumar tem um efeito significativo e
imediato na redução desse risco entre mulheres que ainda têm o coração
saudável. Abandonar o vício também beneficia aquelas que já sofrem
alguma doença cardíaca, mas o efeito positivo leva mais tempo para
ocorrer. A mesma redução do risco que ocorre entre mulheres saudáveis
cinco anos após abandonarem o cigarro, por exemplo, leva entre 15 e 20
anos para ser observada entre aquelas que já tinham o coração
prejudicado quando deixaram o vício.
Para Roopinder
Sandhu, pesquisadora do Hospital Brigham and Women, da Universidade
Harvard, e coordenadora do estudo, uma possível explicação para isso
está no fato de que a nicotina surte efeitos tanto a longo quanto a
curto prazo sobre o coração. A substância, por exemplo, age de forma
imediata sobre a desregulação dos batimentos cardíacos, mas também
prejudica o tecido cardíaco aos poucos, quadro que persiste por muito
mais tempo. “O tabagismo é um importante fator de risco modificável para
morte súbita cardíaca para mulheres com e sem doença cardíaca. Por
isso, as fumantes não devem esperar até o desenvolvimento dessa condição
para abandonar o vício”, diz Sandhu.
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