A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar a política monetária dos países desenvolvidos na abertura da Assembleia da ONU, que acontece nesta terça-feira (25) em Nova York. Dilma não chegou a citar a expressão ‘tsunami monetário’, mas criticou a ação dos bancos centrais dos países desenvolvidos que com política expansionista enchem de dólares os mercados em desenvolvimento, o que afeta a competitividade dos produtos locais no mercado internacional.
— Os bancos centrais dos países desenvolvidos persistem em uma política monetária expansionista que desiquilibra as taxas de câmbio. Com isso, os países em desenvolvimento perdem mercado devido a valorização artificial de suas moedas, o que agrava ainda mais o quadro recessivo global.
Dilma Rousseff falou ainda das recentes medidas comerciais adotadas pelo Brasil e criticadas pelo governo norte-americano.
— Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte de países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo. Devemos lembrar que a legítima defesa comercial está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio.
No ínicio do discurso, a presidente brasileira falou do agravamento da crise mundial.
— Um ano após o discurso que pronunciei nesta mesma tribuna constato a permanência de muitos dos problemas que nos afligiam já em setembro de 2011. Quero hoje voltar a discutir algumas dessas questões cuja solução é cada vez mais urgente. A grave crise econômica iniciada em 2008 ganhou novos e inquietantes contornos. A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando a recessão nas economias desenvolvidas com reflexos em países emergentes inclusive o Brasil. As principais lideranças do mundo desenvolvido não encontraram o caminho que articula ajustes fiscais apropriados e estímulos ao investimento e à demanda indispensáveis para interromper a recessão e garantir o crescimento econômico. A política monetária não pode ser a única resposta para resolver o crescente desemprego, o aumento da pobreza e o desalento que afeta no mundo inteiro as camadas mais vulneráveis da população.
Viagem a Nova York
A presidente Dilma Rousseff viajou neste domingo (23) para os Estados Unidos para fazer, pela segunda vez, o discurso de abertura da 67ª Assembleia-geral das Nações Unidas.
A expectativa era que Dilma mostrasse as posições do Brasil a respeito de temas como a crise econômica e os combates no Oriente Médio em seu discurso. Além disso, esperava-se que Dilma falasse das medidas tomadas pelo governo brasileiro para combater a crise, como as desonerações e redução de impostos.
Presente em seus discursos no Brasil, a crítica ao ‘tsunami monetário’ promovido pelos países ricos também era esperada no discurso. Como já deixou claro em várias falas no Brasil, a presidente brasileira acredita que os países desenvolvidos não usam políticas fiscais de ampliação de capacidade de investimento para sair da crise e que, então, despejam trilhões de dólares nos países em desenvolvimento.
No ano passado, os Estados Unidos injetaram US$ 2,3 trilhões na economia ao recomprar títulos de longo prazo. O destino de parte desse dinheiro foi países em desenvolvimento, graças às altas taxas de juros praticadas, que possibilitam melhor retorno para o investimento. A entrada em massa de dólares de investimento especulativo em países em desenvolvimento reduz a cotação do dólar frente às moedas locais, deixando os produtos mais caros para o mercado internacional e prejudicando as exportações, como tem acontecido no Brasil.
O tema da Assembleia Geral da ONU deste ano é a prevenção e a resolução pacífica de conflitos internacionais.
Abertura
O discurso de abertura das assembleias gerais da ONU é de responsabilidade do chefe de Estado brasileiro, já que o País foi o primeiro a aderir à organização, em 1945, quando foi criada. Como Dilma é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Brasil, foi também a primeira a fazer o discurso de inauguração do evento, no ano passado.
No discurso de 2011, Dilma falou da atuação das mulheres. A presidente também cobrou o reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno das Nações Unidas. Na mesma fala, ela discorreu sobre os avanços econômicos e sociais do Brasil para reivindicar ao país uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da instituição.
Programação
A presidente viajou a Nova York neste domingo e fica até esta quarta-feira (26) na cidade norte-americana. Na segunda (24), Dilma encontrou com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso. Durante a visita a Nova York, a presidente brasileira deve encontrar ainda o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A expectativa é que eles acertem as datas para uma possível visita oficial à Rússia, único país do BRICS que ela ainda não visitou.
Em Nova York, Dilma está acompanhada da filha Paula e dos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, da Educação, Aloizio Mercadante, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, das Cidades, Aguinaldo Ribeiro e do assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Seguindo uma agenda sigilosa, a presidente assistiu na noite desta segunda (24) à Ópera L'Elisir d'Amore, no Lincoln Center. Embora esteja em viagem oficial, a presidência não informou quem custeou os bilhetes de entrada na ópera, que foi um dos espetáculos mais concorridos da noite na cidade.
A expectativa era que Dilma mostrasse as posições do Brasil a respeito de temas como a crise econômica e os combates no Oriente Médio em seu discurso. Além disso, esperava-se que Dilma falasse das medidas tomadas pelo governo brasileiro para combater a crise, como as desonerações e redução de impostos.
Presente em seus discursos no Brasil, a crítica ao ‘tsunami monetário’ promovido pelos países ricos também era esperada no discurso. Como já deixou claro em várias falas no Brasil, a presidente brasileira acredita que os países desenvolvidos não usam políticas fiscais de ampliação de capacidade de investimento para sair da crise e que, então, despejam trilhões de dólares nos países em desenvolvimento.
No ano passado, os Estados Unidos injetaram US$ 2,3 trilhões na economia ao recomprar títulos de longo prazo. O destino de parte desse dinheiro foi países em desenvolvimento, graças às altas taxas de juros praticadas, que possibilitam melhor retorno para o investimento. A entrada em massa de dólares de investimento especulativo em países em desenvolvimento reduz a cotação do dólar frente às moedas locais, deixando os produtos mais caros para o mercado internacional e prejudicando as exportações, como tem acontecido no Brasil.
O tema da Assembleia Geral da ONU deste ano é a prevenção e a resolução pacífica de conflitos internacionais.
Abertura
O discurso de abertura das assembleias gerais da ONU é de responsabilidade do chefe de Estado brasileiro, já que o País foi o primeiro a aderir à organização, em 1945, quando foi criada. Como Dilma é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Brasil, foi também a primeira a fazer o discurso de inauguração do evento, no ano passado.
No discurso de 2011, Dilma falou da atuação das mulheres. A presidente também cobrou o reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno das Nações Unidas. Na mesma fala, ela discorreu sobre os avanços econômicos e sociais do Brasil para reivindicar ao país uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da instituição.
Programação
A presidente viajou a Nova York neste domingo e fica até esta quarta-feira (26) na cidade norte-americana. Na segunda (24), Dilma encontrou com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso. Durante a visita a Nova York, a presidente brasileira deve encontrar ainda o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A expectativa é que eles acertem as datas para uma possível visita oficial à Rússia, único país do BRICS que ela ainda não visitou.
Em Nova York, Dilma está acompanhada da filha Paula e dos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, da Educação, Aloizio Mercadante, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, das Cidades, Aguinaldo Ribeiro e do assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Seguindo uma agenda sigilosa, a presidente assistiu na noite desta segunda (24) à Ópera L'Elisir d'Amore, no Lincoln Center. Embora esteja em viagem oficial, a presidência não informou quem custeou os bilhetes de entrada na ópera, que foi um dos espetáculos mais concorridos da noite na cidade.
fonte: r7.com
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