Os estudantes da rede pública de Natal terão as férias prolongadas. A Secretaria Municipal de Educação (SME) confirmou para o dia 1º de março o início do ano letivo, com o objetivo de finalizar todas as adequações para o início das atividades. Contudo, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), na primeira assembleia da categoria no ano, já aprovou um indicativo de greve para os professores da rede municipal que, caso se confirme, vai retirar os profissionais das salas de aula já no dia 2 de março. A disputa, mais uma vez, é salarial. Enquanto a SME corre para aprontar o início das aulas, o Executivo também entrará em discussão com os professores na tentativa de impedir mais uma paralisação.
Previsto inicialmente para o dia 13 de fevereiro, o início do ano letivo foi adiado para que a SME finalize reformas em escolas e adquira o material necessário para os alunos. De acordo com o titular da SME, Walter Fonseca, ao voltar das férias, ele teve reunião com membros da secretaria para saber como havia sido o andamento de orientações que deixou antes do período de recesso. Porém, segundo o secretário, o que repassado demonstrou que não haveria condições de começar o ano letivo da forma que foi planejado pela pasta. "O calendário de 200 dias letivos será cumprido. Mas o adiamento ocorreu porque fizemos um apanhado geral e vimos que ainda havia reformas em curso, as questões da merenda e fardamento, que foram licitadas, ainda não estão prontas. Além disso tem a questão da educação infantil, que, com o Carnaval, a adaptação das crianças é prejudicada", explicou o secretário, afirmando que a questão sobre o déficit de vagas será analisado na segunda-feira (13). Apesar do adiamento das aulas, há a possibilidade de que uma greve seja deflagrada já no segundo dia do ano letivo.
Durante a assembleia que ocorreu na manhã de ontem, na Assen, os professores aprovaram um indicativo de greve para o dia 2 de março, assim como nova assembleia para o dia 29 de fevereiro. O motivo principal para o indicativo, de acordo com a presidente do Sinte, Fátima Cardoso, é que a proposta de reajuste para os professores oferecida pela Prefeitura é considerada insuficiente para a categoria. De acordo com a sindicalista, o Executivo propôs reposição de 6,08%, enquanto os professores pedem reajuste de 22,22%. "Se a proposta (da Prefeitura) for essa, entraremos em greve a partir do dia 2", disse Fátima Cardoso.
Em 2011, os professores do município receberam um reajuste salarial de 11,07%. No entanto, o Sinte afirma que a Prefeitura deveria ter pago mais 4,18%, referentes à negociação com a categoria em 2011. O Sinte, inclusive, disse que vai cobrar ma Justiça o pagamento do 4,18% e, mesmo que consiga, continuará buscando os 22,22%.
Por outro lado, o titular da SME, Walter Fonseca, rebate a informação do Sinte e garante que o acordo firmado foi para o pagamento dos 11,07% e, de acordo com a disponibilidade financeira da Prefeitura e limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Executivo pagaria os 4,18% aos professores. O secretário garante que acredita no bom-senso dos professores e que o ano letivo iniciará normalmente. "Fizemos a proposta atual dentro das possibilidades do município. Sempre estivemos abertos para dialogar com o Sinte e desta vez não será diferente, mas temos que respeitar os limites do município", garantiu Walter Fonseca.
FONTE : TRIBUNA DO NORTE
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