O caso da mulher que tirou as roupas e ficou nua em protesto por ter sido barrada na porta de uma agência bancária em Guarujá, no litoral de São Paulo, segue sem esclarecimentos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários da Baixada Santista, Ricardo Saraiva, o "Big", o órgão acompanha o episódio, mas a situação deve ser investigada pela polícia.
Um novo vídeo, obtido pelo G1 na manhã desta quarta-feira (11), mostra a mulher bastante nervosa, já nua, dando vários socos na porta giratória para tentar liberar a entrada no banco.
Para Saraiva, o banco também precisa esclarecer o episódio. “Nós vamos ver o que aconteceu, conversar com as pessoas. Mas é uma coisa que quem deve investigar é a polícia. Não temos muito o que fazer. Além disso, o banco tem que se responsabilizar pelo que ocorreu em sua agência”, diz.
Vários clientes que já estavam dentro do estabelecimento, ou que esperavam para entrar registraram o protesto, que aconteceu em uma agência do Banco do Brasil no Centro de Guarujá. Segundo testemunhas, os seguranças alegaram que ela escondia algum objeto de metal e, após uma grande discussão, a mulher tomou a decisão de tirar as roupas e os acessórios que portava.
Já nua, a cliente, que seria uma funcionária pública de 68 anos, voltou a discutir com os seguranças, e os funcionários acabaram concordando em deixá-la entrar no banco. Ela teria ficado sem roupas durante dez minutos, depois se vestiu, pagou algumas contas e foi embora.
O presidente do sindicato destaca que não possui ainda dados suficientes para apontar a parcela de responsabilidade de cada um no incidente. “A porta giratória existe para garantir a segurança dos bancários e clientes. Independentemente de quem vai entrar na agência, essa pessoa precisa passar por uma revista”, pondera.
Indagado se o banco teria apresentado explicações sobre o episódio, Saraiva conta que isso não ocorreu. “Eles não falaram nada para o sindicato. É um caso complicado, porque envolve atentado ao pudor e pode ter havido um constrangimento para que essa senhora tenha tirado a roupa. Mas não sei como se sucedeu essa discussão entre os vigilantes e a cliente. Quem pode responder sobre o que ocorreu é o banco”, conclui.
O G1 entrou em contato com o Banco do Brasil que disse lamentar o ocorrido e esclarece que cumpre as regras de segurança estabelecidas na Lei 7.102/83 e Portaria 387/2006 sendo que seu plano de segurança, incluindo a utilização de porta giratória detectora de metais, é aprovado pela Polícia Federal. O Banco do Brasil informa ainda que os funcionários recebem treinamento para prestar atendimento sempre respeitoso. A cliente recebeu os esclarecimentos necessários a respeito da situação e foi atendida por gerente da agência.
*Rodrigo Martins, do G1 Santos/SP
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