Magnus Nascimento
Além de situações fictícias, ações concretas são realizadas
durante o treinamento. Ontem, uma ponte foi concluída na base militar
durante o treinamento. Ontem, uma ponte foi concluída na base militar
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O Brasil integra a Missão de Paz da ONU desde 2004. Os militares atuam tanto na parte de segurança, como na área de engenharia. É esse segundo grupo que se encontra em Natal. O trabalho deles no país devastado por desastres naturais, como terremotos, e por graves problemas sociais, como a miséria, é ajudar a levantar estruturalmente o país.
“Fazemos tudo o que for necessário para a melhoria da infraestrutura local: reconstrução de escolas, perfuração de poços, reparos em estradas. Isso tudo é de nossa competência”, explicou o tenente-coronel Luiz Fabiano Mafra Negreiros, que atua como chefe da Divisão de Ensino Integrado do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB). É essa unidade que coordena o treinamento nas ruas natalenses, de amanhã até o dia 31.
O contingente de Engenharia é composto por 250 militares. Apenas quatro são mulheres, e 19 deles são potiguares. O resto da tropa é formada por homens de todo o país. A EAOP começa amanhã, mas desde o dia 21 deste mês, a Braengcoy realiza o chamado Exercício Básico de Operações de Paz (EBOP), nas instalações do 7º Batalhão de Engenharia de Combate (7º BE Cmb). Essa fase preparatória termina hoje para as atividades avançadas serem iniciadas.
Segundo o tenente-coronel Negreiros, a capital potiguar vai se transformar, em alguns pontos, em um pedaço da capital haitiana. “Costumamos dizer que trazemos o Haiti para dentro do Brasil quando fazemos essas atividade. Fazemos aqui o que vamos fazer lá, são as situações que poderão acontecer enquanto estivermos por lá”, explicou.
A simulação já começa no planejamento. A equipe responsável pelas 150 atividades está centralizada no Hotel Chapéu de Couro, em Nova Descoberta, ao lado do 7º BE Cmb, sob coordenação do tenente-coronel Negreiros. A base operacional, onde se concentra o comando, fica numa sala, tal qual esses militares vão encontrar em Porto Príncipe.
Desde já, os oficiais organizam como vão executar cada exercício. Dentro do 7º BE Cmb também há simulações. Um alojamento está funcionando no local e os militares realizam atividades. Ontem, uma ponte foi concluída dentro do terreno militar. Uma das atividades da Engenharia é o tratamento da água a ser consumida pela tropa no Haiti, que conta com uma má qualidade do recurso, com risco iminente de cólera.
Uma miniestação de tratamento também foi montada. O sargento Jacirclei Câmara, que integra a turma de suprimento d’água, explica que a UFOR-1012, equipamento usado para a purificação da água, explica que a máquina dessaliniza e clareia o recurso. “Nem vírus e muito menos bactéria passam nesse tratamento, o que é muito importante num país com uma qualidade tão ruim de água”, afirma.
No treinamento, além das situações fictícias, realizadas com a ajuda de apoiadores e da própria população local, haverá ações concretas. “Se uma atividade for para perfurarmos um poço, vamos perfurar; se o planejado for levantar o muro de uma escola, vamos levantar. Essa é a vantagem da Engenharia para a população, porque quando saímos do local, as estruturas ficam para o benefício local”, enfatizou. O comando do EOAP também destaca que vai empregar munição de festim, para o treinamento, e não haverá qualquer risco para as comunidades.
TRIBUNA DO NORTE
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