Adriano AbreuAssembeia da categoria adiou greve do município que iniciaria nesta segunda-feira. Eles se unem ao movimento nacional
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (SINTE/RN), a greve, nesse momento, serviria apenas para mascarar os problemas estruturais das escolas e desviar a atenção da luta que a classe vem travando por melhores remunerações e condições de trabalho. Antes da votação, representantes das escolas e Centros de Educação Infantil vieram ao palanque para listar a situação em suas escolas: falta de merenda, atraso nos salários, equipamentos quebrados, bebedouros inutilizados e reformas inacabadas. A lista era imensa. A cada três minutos, um novo professor tinha a oportunidade de falar.
Na vez em que a proposta de reajuste do secretário da Educação de Natal foi citada, um intensa vaia invadiu o auditório. O aumento de 10% é considerado insuficiente pela maioria da classe, que espera 22% de acréscimo. Walter Fonseca, no entanto, mantém a posição da Prefeitura e ameaça iniciar o processo de judicialização da greve caso a paralisação siga adiante.
Enquanto a decisão não sai, os professores prometeram realizar passeatas próximo às escolas que apresentam as piores condições. A intenção é chamar a atenção da sociedade. "Queremos que os pais estejam do nosso lado. Nossa intenção é construir juntamente com eles um educação de qualidade", declarou o coordenador-geral do SINTE, José Teixeira. Um ofício com as revindicações debatidas na assembleia foi enviado às secretarias de educação. A comissão do SINTE espera que, em breve, uma nova oportunidade de diálogo seja dada aos profissionais da classe. Se a greve em Natal for deflagrada, mais de 4 mil professores cruzarão os braços.
Entre os dias 14 e 16 de março de 2012, as escolas públicas de nível básico em todo Brasil paralisarão as atividades para protestar contra situação da Educação no país. Na carta aberta à sociedade divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (NCTE), as exigências vão desde a separação de 10% do PIB para a área passando pela necessidade de vinculação do piso nacional à carreira de magistério. Em âmbito nacional, a greve marcará o início da jornada de luta dos trabalhadores por educação pública.
Acumulado de reajuste chega a 63,77% na rede estadual
A secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, disse ontem que o momento não é de embate com professores sobre reajustes salariais ou pagamento do piso nacional. "O Governo já garantiu o pagamento do piso para toda categoria. Aliás, nos últimos seis meses, já concedemos reajuste salarial acumulado de 63,77% aos professores, um percentual dificilmente já concedido por outras administrações em tão curto espaço de tempo", analisou.
Os reajustes descritos por Betânia Ramalho são referentes aos percentuais concedidos de setembro a dezembro do ano passado que, segundo ela, somaram 34%. "Além desse, a governadora Rosalba Ciarlini já garantiu o reajuste de 22,22% referente ao piso nacional. Ou seja, agora em março, o salário do professor da rede estadual será 63,77% maior que em agosto do ano passado", destacou.
A secretária estadual disse que conta com a sensibilidade dos professores da rede estadual de ensino para evitar a greve nesse momento em que - depois de muitos anos - o governo estadual sinaliza com valorização real da carreira do magistério. "É importante que a comunidade escolar tome conhecimento do esforço que estamos fazendo para realmente priorizar a educação pública no Rio Grande do Norte. E esse esforço, que começou com a valorização dos professores, está continuando com a garantia de transporte escolar, com a recuperação da estrutura física das escolas... são ações concretas que já estão em andamento", comentou. Quanto ao transporte escolar, Betânia Ramalho adiantou que 26 novos ônibus escolares já estão oferecendo o serviço aos alunos de Natal, e que na próxima semana, os veículos destinados ao interior serão entregues.
FONTE TRIBUNA DO NORTE
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