segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um em cada três cursos superiores avaliados pelo Enade tem qualidade ruim

O  ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explica os dados do ENADE 2012
O  ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explica os dados do Enade 2012 (Antonio Cruz/ABr)
O Ministério da Educação divulgou, nesta segunda-feira, o desempenho dos cursos avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) referente a 2012. Pelo balanço, quase um em cada três dos cursos de ensino superior obtiveram conceito ruim (notas 1 ou 2). Foram analisados 7.228 cursos, que compõem 6.306 unidades de cálculo, pertencentes a 1.646 instituições de graduação.
De acordo com o MEC, 2,7% dos avaliados obtiveram nota 1, enquanto 27,3% alcançaram a nota 2 – o que totaliza 30% das graduações avaliadas registrando os dois piores índices. Nesta avaliação, são considerados apenas os cursos na área das humanidades. Ainda nesta segunda-feira, o ministério deve divulgar o desempenho de cada instituição de ensino.
Criado em 2004, o Enade avalia o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo programático dos cursos de graduação. A aferição é obrigatória para toda a rede federal e particular de educação superior e facultativa para as redes estaduais e municipais. O índice é usado como um dos parâmetros mais importantes do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que mede a qualidade dos cursos e rege a capacidade de funcionamento das instituições. Também são avaliados no CPC a estrutura física da unidade de ensino e a qualidade do corpo docente.
A avaliação anterior que analisou os mesmos cursos, em 2009, apontou que 24,9% deles obtiveram índices 1 e 2. Apesar do aumento, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aponta para o avanço nas notas consideradas satisfatórias e boas (entre 3 e 5). “Tem que se olhar que 70% dos cursos avançaram. Principalmente nas notas 4 e 5 tivemos um crescimento muito importante”, disse o titular da Educação.
Nesta avaliação, 43,9% dos cursos atingiram a nota 3, considerada satisfatória (o índice, no balanço de 2009, era de 37,8%). O número de cursos com nota 4 dobrou, passando de 9,7% para 19%. A nota 5, considerada a de excelência, passou de 1% para 5,4%. O número de cursos sem conceito caiu de 26,6% para 1,8%.
Apesar de comemorar a "evolução toda do sistema em direção à qualidade”, Mercadante afirmou que em novembro vai anunciar os índices do CPC e acendeu o sinal amarelo para os cursos que obtiveram nota ruim. “As instituições que tiraram nota 1 ou 2 podem ter o vestibular suspenso, da mesma forma que fizemos no ano passado, quando 200 cursos tiveram o vestibular fechado”, alertou Mercadante. O peso do Enade sobre o CPC, índice que determina os cursos que podem oferecer novas vagas nos vestibulares, chega a 70%, de acordo com o MEC.
Próxima avaliação – A próxima avaliação do Enade será em 24 de novembro. Serão avaliados 4.916 cursos basicamente na área da saúde. O MEC ressalta a importância de os alunos se dedicarem ao exame. “O estudante que não fizer o Enade não se forma. E, além disso, ele tem de ter a consciência de que o conceito do curso dele vai para o diploma e vai acompanhar a vida profissional dele. Cada vez mais o mercado de trabalho olha para o Enade”, afirmou Mercadante. 

fonte: Veja.com

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