São Paulo - Com esperança de que o cantor e compositor Dominguinhos possa reagir ao tratamento médico e voltar a falar, andar e até dedilhar o instrumento que o projetou mundo afora e o tornou um clássico do forró, parentes, amigos e fãs do artista participaram hoje (24) de um ato em homenagem a ele, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
Dominguinhos continua internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para onde foi transferido no último dia 13 de janeiro depois de receber os primeiros atendimentos no Hospital Santa Joana, no Recife. Com um quadro de saúde delicado por conta de um câncer de pulmão, o sanfoneiro sofreu várias paradas cardíacas, no fim do ano passado, pouco depois de um show em homenagem ao centenário do "rei do baião", Luiz Gonzaga, em Exú (Pernambuco).
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital , o quadro clínico do artista permanece inalterado. O boletim médico mais recente, divulgado no último dia 18, informa que “houve melhora do quadro cardiológico, respiratório e renal. Do ponto de vista neurológico, ele apresenta estado minimamente consciente, demonstrando discretos sinais de recuperação. O paciente permanece internado, sem previsão de alta”.
O filho de Dominguinhos, Mauro da Silva Moraes, informou que o pai mexe os dedos, mas quando pede para dar um sinal de entendimento na comunicação não vê retorno. Ele esteve presente no ato ao lado da mãe, Anastácia, ex-mulher de Dominguinhos, que é cantora de forró e aparece com destaque na discografia do artista. Entre os sucessos que contaram com a parceria dela está Eu Só Quero um Xodó, uma das canções entoadas pelos participantes da homenagem feita hoje (24).
Grupos com sanfonas, triângulo e outros instrumentos relembraram os sucessos do artista. Muitos seguiram atrás dos músicos acompanhando a cantoria ou mesmo dançando o forró. Entre outros artistas presentes estavam os integrantes do grupo Falamansa cujo trabalho musical tem participação de Dominguinhos.
O ato foi organizado pelo produtor cultural Paulinho Rosa, sócio da casa de forró Canto da Ema e parceiro de Dominguinhos em um programa semanal de rádio dedicado ao forró, o Vira e Mexe, levado ao ar todos os sábados, das 11h às 12h, pela Rádio USP (Universidade de São Paulo).
“Quando pensei em fazer esse ato, achava que Dominguinhos estava ao largo da imprensa e das pessoas que precisam saber sobre a situação dele e até para mandar energia e força para que saia dessa”, justificou Rosa.
“Nós estamos tristes pela situação e temos que rezar pela recuperação dele”, disse o músico pernambucano José Ramos Barbosa, tocador de triângulo. Ele contou que tocou várias vezes com Dominguinhos em shows na cidade de São Paulo e em programas de televisão.
Com uma carreira de 50 anos, o sanfoneiro coleciona prêmios, entre eles o Prêmio da Música Brasileira, conquistado em 2008, e o Prêmio Shell de Música, em 2010, com as composições De Volta pro Aconchego,Gostoso Demais e Tenho Sede, sendo que as duas primeiras são resultado de parceria com o também pernambucano Nando Cordel. Ele foi vencedor também do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Um de seus grandes sucessos - Eu Só Quero um Xodó -, de 1973, teve 250 regravações em vários idiomas entre eles o inglês, holandês e italiano.
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