Moradores da comunidade Lagoa de Salsa, localizada na RN-013, interditaram ontem pela manhã a estrada que dá acesso a Tibau. Os manifestantes buscam, através do protesto, impedir a desocupação da área, uma vez que a medida vai afetar cerca de 200 famílias que vivem na região.
A representante da manifestação, Cledenise Oliveira, disse que aguarda um posicionamento da Secretaria de Estado dos Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (Seara), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), entre outros órgãos, sobre o assunto.
"Recebemos apenas um comunicado informando sobre a reintegração de posse da área por um antigo proprietário chamado Antônio Nóbrega. Depois disso, as autoridades não nos disseram mais nada", informa a representante.
Cledenise destaca que os moradores da comunidade Lagoa de Salsa estão temerosos quanto aos seus destinos, após deixarem o assentamento. "Vivemos na região há mais de 15 anos. Hoje mais de 200 famílias das comunidades Lagoa de Salsa, Vila Nova e Ariza habitam o espaço. Não temos outro local para irmos, nossa vida é aqui. Esse protesto foi a única forma de chamar a atenção dos órgãos para o problema".
Ela complementa explicando que o documento entregue aos moradores solicitando a desocupação da área apresenta diversas irregularidades. "Nosso advogado informou que o documento apresenta muitos erros, um dele diz respeito ao direcionamento que não foi feito a cada um dos moradores. Caso nenhuma providência seja tomada para solucionar essa situação, faremos outro protesto".
Titular da Seara informa que liminar de reintegração de posse está temporariamente suspensa
O problema teve início na semana passada, quando a juíza Uefla Fernanda Duarte Fernandes, da Comarca de Areia Branca, garantiu, através de liminar, a reintegração de uma área de quase 10 mil hectares ao proprietário cearense Antônio Nóbrega. Com a decisão, cerca de 200 moradores que vivem na região terão de sair de suas casas.
Diante da situação delicada, o secretário da Seara, Rodrigo Fernandes, informou que foi realizada uma reunião com a juíza de Areia Branca, que emitiu a decisão de desapropriação do terreno, e, no momento, esta medida está suspensa.
"Resolvemos marcar uma reunião para o dia 18 de março para que todos os órgãos envolvidos nesse processo, como é o caso da Polícia Militar, Procuradoria do Estado, secretaria, entre outros, possam buscar juntos uma solução para essa situação", afirma Rodrigo Fernandes.
O secretário ressalta que a reunião visa discutir uma solução para a questão que não prejudique os moradores da comunidade. "Temos que ter em mente que a situação na comunidade mudou nestes 13 anos, hoje vivem na área mais de 200 famílias, proprietários investiram recursos através de financiamentos, desta forma temos que encontrar um caminho menos traumático para que esse problema seja resolvido", explicou Rodrigo.
fonte: o mossoroense
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