quarta-feira, 23 de maio de 2012

São Paulo registra 249 km de lentidão e bate recorde de trânsito

Linhas do Metrô funcionam parcialmente nesta e dois ramais da CPTM estão parados
radial lesteA cidade de São Paulo bateu novamente o recorde de trânsito do período da manhã nesta quarta-feira (23). Às 10h, a capital registrou 249 km de lentidão, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Esse é o maior congestionamento registrado desde que a companhia passou a fazer essa medição, em 1991. 

As principais causas da lentidão são a greve dos metroviários e paralisação de duas linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A tendência, a partir de agora, é de que o índice se estabilize. Às 12h, o sindicato dos metroviários faz uma nova assembleia para definir se continua ou não com a greve.

O motorista enfrentava problemas principalmente nas marginais e na Radial Leste. Só na marginal Pinheiros, havia 14,9 km de filas na pista expressa, da avenida Interlagos até a ponte da Cidade Universitária. Já na Radial, havia 12,7 km de engarrafamento, da praça Divinolândia até a rua Wandenkolk.

Mais cedo, às 8h30, a cidade já tinha batido o recordehistórico para o período da manhã. Nesse horário, foram registrados 202 km de congestionamento, ou 23,3% dos 868 km de vias monitoradas. O índice superou os 191 km registrados em 2004 e bateu os 168 km de filas registrados na cidade no dia 27 de abril deste ano, véspera do feriado prolongado do Dia do Trabalho. 
rodízio de veículos foi liberado na cidade nesta quarta.

Protesto
A Tropa de Choque da Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para liberar um trecho da Radial Leste que havia sido fechado por usuários do Metrô revoltados com o fato da estação Itaquera estar fechada na manhã desta quarta-feira (23).

Por conta da greve dos metroviários, a linha 3 – Vermelha, que liga Itaquera à Barra Funda, abriu mais tarde e funcionando apenas entre as estações Bresser e Santa Cecília nesta manhã.
Próximo à estação Itaquera, os usuários que encontravam os portões do metrô fechados tentavam pegar ônibus para embarcar rumo ao centro, mas não conseguiam, pois os coletivos já chegavam lotados ao local. Revoltados, os usuários chegaram a fechar a Radial por alguns momentos, mas a polícia agiu para liberar a via.
Os pontos de ônibus da zona leste ficaram lotados pela manhã.

Com a linha 3 - Vermelha do Metrô funcionando apenas parcialmente — entre Bresser e Santa Cecília — e com a linha 11 - Coral da CPTM paralisada, restaram apenas os ônibus como transporte coletivo para os moradores da região.
 Desde as 5h30 desta quarta, o Metrô operava com um plano de contingência. Em três linhas da rede — 1- Azul (Tucuruvi - Jabaquara), 2 - Verde  (Vila Madalena - Vila Prudente) e 3 - Vermelha (Corinthians/Itaquera - Palmeiras/Barra Funda) — os trens circulam com velocidade reduzida apenas em alguns trechos. Nas linhas 4 - Amarela (Luz - Butantã) e 5 - Lilás (Capão Redondo - Largo Treze) o funcionamento era normal.
De acordo com o Metrô, na linha 3, o trecho entre as estações Bresser e Santa Cecília foi aberto às 6h17. Os outros trechos do metrô que estão com trens são entre as estações Luz e Ana Rosa na linha 1 e entre Ana Rosa e Clínicas na linha 2.
Greve
A greve atinge também a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Os ramais 11-Coral e 12-Safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão totalmente parados.

Segundo o  Sindicato dos Metroviários,  os trens podem estar sendo operados por supervisores que não aderiram à greve. No entanto, segundo a entidade, esses profissionais não são capacitados para essas funções. Uma pequena parcela dos condutores também não participa da paralisação. 
As categorias decretaram paralisação após assembleias ocorridas na noite da terça-feira (22). A decisão dos metroviários ocorreu após uma audiência de instrução realizada na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) entre representantes do sindicato e da Companhia do Metropolitano de São Paulo.

Após a audiência terminar sem acordo, a Justiça determinou que 100% do efetivo trabalhe nos horários de pico (das 5h às 9h e das 17h às 20h) e 85% nos demais horário.
No entanto, de acordo com diretor do Sindicato dos Metroviários, Alexandre Leme, a categoria não irá respeitar a liminar da Justiça.  Segundo ele, isso significaria não ter greve.
Caso os metroviários realmente descumpram a decisão do TRT, ficou determinada multa diária de R$ 100 mil, em favor de entidades determinadas pelo Ministério Público do Trabalho.
Reivindicações
De acordo com o sindicato, os funcionários exigem por 5,13% de reajuste salarial, 14,99% de aumento real, vale-alimentação de R$ 280,45 e reajuste de 23,44% para o vale-refeição. Também querem equiparação salarial, 36 horas semanais, adicional risco de vida de 30%, periculosidade sobre todos os vencimentos, plano de saúde acessível para os aposentados e reintegração de todos os demitidos em 2007. 
Assista ao vídeo:

fonte: r7.com

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